Feira de Santana

Com salários atrasados, rodoviários ameaçam entrar em greve por tempo indeterminado

O adiantamento dos trabalhadores, que é pago todo dia 20, continua atrasado

Laiane Cruz

Os rodoviários que atuam no transporte público de Feira de Santana podem paralisar as atividades por tempo indeterminado, caso as empresas de ônibus Rosa e São João não efetuem os pagamentos dos salários até o dia 5 de junho.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Alberto Nery, o adiantamento dos trabalhadores, que é pago todo dia 20, continua atrasado, e já vai vencer na próxima quinzena, no dia 5 de junho, em que deveria ser pago o saldo do salário.

“É lamentável o que os trabalhadores do transporte estão passando em Feira de Santana. Dia 20, a empresa não cumpriu o que estava no acordo coletivo. Nós, para evitarmos uma paralisação, que já vem desgastando junto à sociedade, propusemos uma operação Tartaruga, que não deu o resultado que esperávamos. Até o presente momento, nem o poder público se manifestou, nem os empresários. Nós fizemos contato e eles não tinham previsão para o pagamento dos vencimentos dos trabalhadores”, afirmou Alberto Nery.

Ele ressaltou que o sindicato solicitou a mediação do Ministério Público do Trabalho (MPT) e já recorreu à Justiça do Trabalho, a fim de que os carros não sejam retirados do município até que se garanta o direito dos trabalhadores.

“Vamos buscar todas as soluções para evitar que chegue ao blecaute, como aconteceu com as empresas passadas. Nós já estamos preparados, por isso pedimos a interdição dos veículos. No dia 5 vence mais uma quinzena, e os trabalhadores não vão ficar 30 dias sem os seus vencimentos. Talvez seja o que a classe patronal esteja desejando, que é arrumar a mala e cair fora de Feira de Santana, mas só que dessa vez os carros deles ficarão retidos para garantir o direito dos trabalhadores”, declarou.

Doação de cestas

O presidente do Sindicato dos Rodoviários afirmou ainda que atualmente cerca de 400 trabalhadores que perderam seus empregos no início da pandemia estão recebendo doações de cestas básicas pelo sindicato. Segundo Nery, eles haviam recebido a garantia de que quando as coisas voltassem à normalidade, seriam recontratados.

“Mas, a gente não vê nenhuma contratação, só vemos o sistema cada vez mais se agravando e a situação piorando, e tem pessoas que estão passando necessidade e temos que ficar solidários. Isso vem atrasando plano de saúde, vale-alimentação, entre outras obrigações dos trabalhadores. O FGTS, as empresas recolheram até o mês de março, de lá para cá não solicitamos mais o extrato. Vamos solicitar para verificar se está sendo feito o depósito. A situação está preocupante”, frisou.

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Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
 

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