Laiane Cruz
Na quarta-feira (26), comemorou-se o Dia Nacional do Glaucoma, com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico e tratamento precoces contra o desenvolvimento da doença.
De acordo com o oftalmologista Flávio Lopes, hoje no mundo 2% da população vão ter glaucoma, e 50% desses pacientes não sabem que têm a doença. Por não ter cura, ela pode levar a uma cegueira irreversível.
“O glaucoma é uma doença irreversível, ou seja, não tem cura, porém ela tem controle. É uma doença que, infelizmente, leva à cegueira, e quanto antes for diagnosticada melhor para o paciente. É possível controlar. Mas, o glaucoma tem que haver uma busca ativa, o médico oftalmologista na consulta tem que procurar se o paciente tem”, explicou o especialista.
Ele esclareceu que a doença se desenvolve de forma silenciosa, e quando o paciente nota é sinal que já está avançada.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
“É uma doença que vai afetar o fundo do olho, o nervo ótico e vai levar a uma restrição do campo de visão, o que significa que o paciente com o passar do tempo, se a doença não for controlada, o campo de visão, o que ele enxerga vai diminuir. Então quando diagnostica o glaucoma, que é feito a partir dos exames, que tem que olhar a pressão intraocular, que não tem relação com a pressão do corpo, o médico terá que ver isso e também o fundo do olho. Com essas avaliações, dá para ter uma ideia se a pessoa tem glaucoma”, afirmou.
Além dos fatores citados, outros sintomas podem aparecer, segundo o médico. “Tem a questão da idade, que é mais comum em idosos, porém até bebês podem nascer com glaucoma. Então tem que investigar desde sempre, e esses exames vão direcionar para exames mais específicos para poder diagnosticar a doença. O tipo mais comum é o glaucoma ângulo aberto, que isso quer dizer que o ralinho do olho por onde drena o líquido está aberto, porém não é o mais grave. O mais grave é o de ângulo fechado, que é quando o paciente tem que evitar algumas medicações, que podem levar a uma crise de glaucoma. E existem outras causas de glaucoma, como por trauma, de pacientes que tomaram uma pancada no olho e podem evoluir para o um glaucoma, por inflamações no olho, doenças reumatológicas, medicamentos corticoides, então existem glaucomas por um problema no olho em si ou por outras situações”, esclareceu.
Flávio Lopes lembrou ainda que existe um componente genético que pode contribuir para o aparecimento do glaucoma num paciente, que é quando pais ou avós têm a doença. Porém, esse não é um fator determinante.
Ele ressaltou que existe também o glaucoma congênito, quando o bebê já nasce com a criança. “Quando o bebê nasce, além de ter que fazer o teste do olhinho no hospital, tem que fazer uma avaliação oftalmológica. Hoje já existem oftalmopediatras, especialistas em bebês. E também existe o glaucoma juvenil, que atinge os jovens. Porém, a doença é muito mais comum quando a gente passa dos 50 anos”, destacou.
Tratamentos
O tratamento para o glaucoma pode ser feito primeiramente com colírios, que o paciente vai usar a vida inteira, mas existem outros tratamentos, como a base de laser e tratamento cirúrgico.
“A consulta oftalmológica é uma grande oportunidade de o paciente diagnosticar não somente o glaucoma, como também outras doenças. Não é só olhar óculos, essa é uma pequena parte da consulta. Tem que olhar a pressão, fazer o exame de fundo de olho, e o glaucoma só descobre se investigar. Se só olhar o grau, não se descobre que o paciente tem glaucoma. E quanto antes fizer o diagnóstico, o paciente pode ter uma vida normal, com boa visão”disse.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade