Pandemia

Covid-19: hospitais de Feira de Santana estão superlotados e podem entrar em colapso nos próximos dias, avaliam médicos

No Hospital da Campanha a procura por leitos clínicos e de UTI também não para.

Laiane Cruz

As unidades destinadas ao tratamento da Covid-19 em Feira de Santana registraram ocupação máxima nesta sexta-feira (21) e podem entrar em um novo colapso nos próximos dias, em decorrência de festas e aglomerações que têm ocorrido frequentemente no município.

De acordo com o médico intensivista Lúcio Couto, coordenador das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), na tarde desta sexta-feira, todos os 50 leitos de UTI disponíveis na unidade estavam ocupados, assim como os 14 leitos clínicos.

Foto: Divulgação/Sesab

Segundo o coordenador, não só a rede pública registra superlotação, como também a rede privada. Ele acredita que a situação deve piorar nos próximos dias.

“Vivemos um momento muito ruim da pandemia. As pessoas estão achando que está normalizando, mas não está. A gente está vivendo uma piora da demanda de leitos. A gente recebe pacientes da Bahia toda, são 127 municípios. É o momento com maior número de pacientes à espera de regulação. A tendência é subir nos próximos dias, e a idade média dos pacientes que chegam ao Clériston está sendo de 50 e poucos anos. A maioria já chega grave precisando de ventilação mecânica ou para ser intubados”, desabafou o médico.

No Hospital da Campanha a procura por leitos clínicos e de UTI também não para. Segundo o diretor da unidade, Francisco Mota, todos os 18 leitos de UTI estão ocupados e dos 44 leitos de enfermaria disponíveis, 42 possuem pacientes internados.

“Desde o dia 26 de fevereiro até hoje, devemos ter tido no máximo três dias em que a UTI não ficou 100% lotada ou com ocupação acima de 89%. A ocupação máxima dos últimos dias é em virtude do Dia das Mães. Eu acho que a tendência é piorar porque vamos ter a pressão do Dia das Mães, essa semana toda, lembrando que o paciente leva de sete a dez dias em leito clínico e, em UTI, de 15 a 21 dias, em média. Temos que lembrar que teremos o feriado de Corpus Christi e duas ou três semanas depois as aglomerações do São João. Teremos um mês de julho pior”, afirmou Francisco Mota.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Ele acrescentou que nem mesmo pacientes com plano de saúde ativos estão encontrando vagas na rede particular. “Realmente estamos entrando num colapso”.

Ainda conforme o diretor do Hospital de Campanha, a maior parte dos pacientes que chegam ao local atualmente têm menos de 60 anos, e se começa a ver que a vacina está surtindo efeito.

O secretário de saúde do município, Marcelo Britto, também atribui o aumento do número de casos e internações ao período do Dia das Mães.

“Já passamos o final de semana e essa semana com lotação máxima no Hospital de Campanha. Para nossa sorte, conseguimos abrir 8 leitos de UTI no Hospital Dom Pedro, dos quais até ontem já estávamos com cinco leitos ocupados, e a tendência é que a unidade chegue ao limite hoje ainda. Isso tudo foi reflexo do Dia das Mães, onde nós já imaginávamos que com o encontro das famílias, as pessoas se aproximando e aglomerando, poderia ocorrer um aumento exponencial do número de casos”, avaliou.

No Hospital Estadual da Criança (HEC), dos cinco leitos de UTI adulto, quatro estão ocupados, e todos os cinco leitos de UTI pediátrica estão com pacientes internados. Já com relação aos leitos clínicos, dos sete leitos disponíveis para adultos, dois estão ocupados, e dos 16 leitos clínicos pediátricos, 11 estão sendo utilizados. 

Com informações da produtora Maylla Nunes do Acorda Cidade 

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