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Os servidores da Petrobras Biocombustível (PBio) na cidade de Candeias, na região metropolitana de Salvador, iniciaram uma greve nesta quinta-feira (20), por tempo indeterminado, reivindicando que os trabalhadores sejam realocados para outras subsidiárias da petroleira após o processo de privatização, divulgado em julho do ano passado.
O Sindicado dos Petroleiros da Bahia (Sindpetro) afirma que, com a venda da PBio, os 131 profissionais, concursados, deveriam ser migrados para outras unidades da Petrobras. Mas, segundo a entidade, os trabalhadores foram informados que há uma impossibilidade jurídica e, por causa disso, eles serão dispensados.
A PBio, por sua vez, confirmou que não há possibilidade dos empregados concursados para a Petrobras Biocombustível serem incorporados aos quadros da Petrobras S.A., conforme a solicitação do sindicato. Além disso, classificou a greve como uma "paralisação abusiva".
A petroleira informou que, com o desinvestimento da PBio, haverá uma sucessão trabalhista e os empregados permanecerão na empresa, que terá um novo operador.
De acordo com o diretor do Sindpetro, Jairo Batista, os servidores fizeram reuniões com o departamento de Recursos Humanos da empresa, mas a PBio nega
"Eles [a PBio] disseram que há uma impossibilidade jurídica. Dizem que não podem realocar para a Petrobras porque o CNPJ é diferente. Mas a gente contesta isso porque há outros casos de empresas que foram vendidas ou extintas e eles [os servidores] foram realocados. Por exemplo, a termelétrica de Arembepe. Foi vendida e eles foram realocados. A gente sabe que é uma argumentação frágil, porque se é uma empresa que se trata da Petrobras. Se a holding quiser absorver, ela faz", disse Jairo.
Além da unidade em Candeias, servidores nas usinas em Montes Claros (MG) e Quixadá (CE) também declararam greve por tempo indeterminado.
A Petrobras Biocombustível informou que reconhece o direito dos profissionais, mas, por julgar esta ação como ilegal para o exercício de greve, disse que irá adotar as medidas judiciais e administrativas para garantia da continuidade operacional.
Privatização da Petrobras Biocombustível
A Petrobras divulgou no dia 3 de julho o início do processo para a venda integral da subsidiária Petrobras Biocumbustível S.A. (PBio), incluindo três usinas de biodiesel.
A venda da PBio faz parte do plano bilionário de desinvestimentos de ativos da Petrobras, que busca focar investimentos em ativos de maior retorno, essencialmente de exploração e produção em águas profundas, e reduzir sua enorme dívida.
No comunicado, a Petrobras destaca como vantagens do negócio:
Porta de entrada/expansão no 3º maior mercado de biodiesel do mundo;
Crescimento expressivo de 25% do mandato de mistura de biodiesel nos próximos 3 anos;
Plataforma sustentável e certificada para monetizar créditos de descarbonização (CBIOS);
Localização estratégica com acesso privilegiado aos mercados brasileiros das regiões SE e NE;
Planos de expansão disponíveis para rápido aumento da capacidade, com o objetivo de manter a participação de mercado no ritmo do crescimento da demanda e aumentar a competitividade com economias de escala.
Fundada em 2008, a PBio é uma das maiores produtoras de biodiesel do país. Ela possui três usinas de biodiesel localizadas em Montes Claros (MG), Candeias, (BA), e Quixadá (CE). A venda da subsidiária exclui as ações da PBIO na BSBios e na Bambuí Bioenergia.