Prestes a ser desospitalizada, criança que depende de ventilação mecânica precisa de doações

^{Laiane Cruz}

Há um ano e dez meses internada no Hospital Estadual da Criança (HEC), em Feira de Santana, a pequena Júlia Carvalho, há cerca de um mês, aguarda para finalmente poder ir para casa e conhecer o mundo que existe fora da unidade hospitalar. Da cidade de Araci, a garotinha logo ao nascer precisou ser encaminhada para UTI. Ela depende de ventilação mecânica, respirando através de uma cânula e também não se alimenta pela boca, necessitando de uma gastrostomia.

De acordo com Yusmarley Ribeiro Pedra, que vem acompanhando o drama do pai de Júlia, Jailson Santos da Silva, no hospital, a criança recebeu alta há cerca de um mês, mas precisa de assistência de uma equipe especializada para acompanhá-la em casa. Para liberar o serviço, a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) solicitou que o quarto onde a menina iria ficar em casa, estivesse dentro dos critérios exigidos e mesmo sem condições financeiras a família realizou uma reforma para atender à solicitação do órgão. Porém, o pedido de home care foi negado, devido ao imóvel ser fora do centro da cidade de Araci.

“A Sesab notificou a família, fez a visita técnica, mas não atenderam por conta de ser afastado do centro de Araci. A família se dispôs de um valor pra fazer uma reforma a pedido da Sesab, que afirmou que o quarto deveria ter piso, ter forro, estar pintado, todos os critérios, a família buscou recursos, se empenhou, pediu ajuda e conseguiu fazer para que pudessem atender à solicitação da Sesab. E para surpresa deles, o home care negou, pois a casa não era dentro da cidade”, contou o amigo ao Acorda Cidade.

Foto: Arquivo Pessoal
 

Após a negativa do pedido, o pai da garota conseguiu uma casa no centro da cidade de Araci, através do aluguel social fornecido pela prefeitura e um novo pedido foi enviado à Sesab. Mas, segundo Jailson da Silva, o imóvel está vazio e nesse momento ele não tem condições de adquirir móveis e eletrodomésticos novos que atendam à necessidade da criança, pois está desempregado e precisa acompanhar a filha no hospital. Antes ele ainda se revezava com a mãe da menina, porém no último mês precisou ficar na unidade sozinho.

“Estou só aguardando o relatório da Sesab pra eles irem levar os aparelhos de oxigênio. A gente vai precisar de liquidificador pra bater a comida dela, comprar cama, armário, guarda-roupa. No momento eu não estou trabalhando, porque vinha pra cá de 15 em 15 dias, e agora já tenho um mês aqui, e a rotina aqui não é boa não. É cansativo aqui dentro”, afirmou Jailson ao Acorda Cidade.

Solidário ao amigo, que fez dentro do hospital, Yusmarley Ribeiro Pedra pede que a comunidade se sensibilize doando móveis e eletrodomésticos à família. Ele, que também tem um filho internado no HEC há sete meses, com problemas de cardiopatia congênita e a síndrome de Dandy-Walker (SDW), vem acompanhando a situação de Júlia e Jailson e se propôs a ajudar também no que fosse preciso.