Laiane Cruz
Professores da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) paralisaram as atividades, que estão acontecendo de forma remota, nesta quarta-feira (19), para se juntarem à mobilização nacional contra o Projeto de Lei 5595 de 2020, que está sob tramitação no senado federal.
De acordo com o presidente da Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Feira de Santana (Adufs), Elson Moura, o objetivo maior da paralisação é denunciar o projeto, que institui a educação como serviço essencial.
“Na primeira vista parece algo positivo, mas na verdade nessa conjuntura de pandemia que estamos vivendo significa o retorno às atividades sem a vacinação e as mínimas condições sanitárias. O objetivo é denunciar e pressionar senadores, que esse projeto está no senado, para que reprovem”, informou o representante sindical.
Segundo ele, aproveitando um roteiro nacional, o sindicato realizou em Feira a colocação de faixas para chamar a atenção da comunidade externa para o tema, e durante todo o dia será realizado um conjunto de atividades remotas, com a presença de sindicatos de todo o Brasil.
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade
“Às 11h, faremos um twittaço, que consiste em encaminhar mensagens aos senadores, principalmente os da Bahia pra que se coloquem contra o projeto de lei, explicando os motivos. E no final do dia, em Brasília, teremos projeções em prédios públicos. As quatro universidades estão paradas hoje, e além disso na reunião, tivemos a presença de 70 sessões sindicais, com paralisação aprovada. Além do projeto 5595, temos outras bandeiras contra o governo federal, que são o Fora Bolsonaro e Fora Mourão, e avançamos também para a necessária recomposição orçamentária e contra a reforma administrativa, que mais uma vez ataca servidores e os serviços essenciais à população”, destacou o professor universitário.
Atividades remotas
Outra questão que vem sendo debatida em reuniões, segundo Elson Moura, é o ensino remoto. Segundo ele, professores e estudantes vêm enfrentando dificuldades para se manter nas aulas.
“Ser contra o retorno presencial implica em necessariamente debater o ensino remoto. Na nossa última assembleia discutimos também sobre quais condições estamos realizando essas atividades, e os relatos implicam em muitos problemas. O primeiro deles é o acesso à comunicação, não só da nossa parte, mas da parte dos estudantes. Os custos com a informática e o atravessamento entre o espaço de trabalho e o espaço de casa. Estamos fazendo um levantamento sobre essas condições, para remeter à universidade quais são as condições dessas atividades remotas”, acrescentou.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.