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Andréia Freitas de Oliveira, suspeita de assassinar o filho, Gael de Freitas Nunes, de 3 anos, em São Paulo, foi transferida nesta terça-feira (12) para a penitenciária feminina I de Tremembé (SP). Ela nega o crime.
A mulher de 37 anos deu entrada na P1 feminina por volta das 21h, após ser transferida do Centro de Detenção Provisória Feminino de Franco da Rocha.
A Penitenciária Feminina Santa Maria Eufrásia Pelletier, a P1 de Tremembé, é conhecida por abrigar presas de casos de grande repercussão, como Suzane von Richtofen, condenada a 39 anos pela morte dos pais, Ana Carolina Jatobá, condenada pela morte da enteada Isabella Nardoni e Elize Matsunaga, condenada por matar e esquartejar o marido Marcos Matsunaga.
Inicialmente, Andréia Freitas de Oliveira ficará isolada em uma cela por 15 dias por causa de protocolos contra Covid-19 e pelo período de inclusão de presos no sistema prisional. A prisão preventiva de Andreia foi decretada na terça (11) pela Justiça.
Mãe nega o crime
Em entrevista ao G1, o advogado Fábio Gomes da Costa, responsável pela defesa de Andréia Freitas de Oliveira, disse que ela não se lembra do que aconteceu na noite do crime e que, ao ficar sabendo da morte do filho, chorou por 40 minutos.
O advogado disse ainda que Andréia não assume a autoria do crime. "Ela está muito abalada e não se lembra de nada", disse Costa.
Ele informou que vai pedir a prisão domiciliar ou a transferência para um hospital psiquiátrico, além de um exame de insanidade mental.
Morte de Gael
Gael morreu na segunda-feira (10). Ele estava com a mãe na cozinha quando a tia-avó entrou no cômodo, após ouvir choro e barulho de vidro quebrando. De acordo com a polícia, a mãe teve um surto psicótico.
Segundo o boletim de ocorrência, o menino foi socorrido e levado de ambulância para um hospital após ter sido encontrado desacordado, ferido e com parada cardíaca no apartamento na Bela Vista, no Centro da capital, onde morava com a mãe, a irmã dele de 13 anos e uma tia-avó.
A mãe foi indiciada por homicídio qualificado por meio cruel.
A Santa Casa de Misericórdia informou que Gael morreu no hospital. Segundo o registro policial, médicos que o atenderam contaram que o menino tinha sinais de maus-tratos pelo corpo. O documento informa que ele tinha marcas de agressões na cabeça. A 1ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), no Cambuci, apreendeu um anel da mãe porque, segundo os investigadores, ele é compatível com uma lesão na testa da criança.
O motivo do crime ainda é investigado pela polícia, que requisitou câmeras de segurança do prédio onde a família morava para saber se elas gravaram algo que possa contribuir para o esclarecimento do caso.
Em entrevista ao Jornal Hoje, o advogado Fábio Costa, que faz a defesa da mãe, disse que "ela está em estado de choque".
"Não lembra de muita coisa. Ela foi questionada quando acordou e retomou a consciência. Ela disse que viu pessoas puxando ela do banheiro, e teve um desmaio. Quando acordou, já estava em um carro, com luzes, com muitas pessoas. Acredito que seja o momento em que estava o Samu ou Polícia Militar", disse ele.
Segundo a polícia, a defesa havia pedido que sua cliente fosse solta e encaminhada para internação compulsória num hospital psiquiátrico, já que testemunhas contaram que a mulher teria tido um surto psicótico antes de cometer o crime e ainda teria tentado se suicidar em seguida, bebendo um produto de limpeza.
Antes de ser presa, a mãe chegou a ser encaminhada ao Hospital do Mandaqui, na Zona Norte, onde foi medicada e atendida por um psiquiatra. Apesar disso, o médico não confirmou se ela teve mesmo surto psicótico nem se tentou o suicídio.
Fonte: G1