Feira de Santana

Diretor do Conjunto Penal afirma que visitas só poderão acontecer após autorização de Comitê Interinstitucional

O diretor da unidade, capitão Allan Araújo, informou que recepcionou representantes da manifestação para que fossem expostos os motivos de a unidade não estar recebendo visitas.

Gabriel Gonçalves

Na manhã desta quinta-feira (29), mulheres de presidiários do Conjunto Penal de Feira de Santana realizaram um protesto em frente à unidade, solicitando o retorno das visitas aos presos, além de entrada de alimentos e outras reivindicações.

Em entrevista ao Acorda Cidade, o diretor da unidade, capitão Allan Araújo, informou que recepcionou representantes da manifestação para que fossem expostos os motivos de a unidade não estar recebendo visitas. De acordo com ele, decisões como essa não envolvem apenas a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), mas também outros órgãos que estão entrelaçados nesta campanha contra o coronavírus.

Foto: Aldo Matos/ Acorda Cidade

"Nós recepcionamos uma comissão formada por familiares, entre elas mães e esposas dos internos do Conjunto Penal, e a principal reivindicação é a retomada das visitas sociais, além claro de outras solicitações. Consideramos importantes essas manifestações, até porque essas pessoas privadas de liberdade sem a aproximação familiar tem um efeito muito negativo, que essa pandemia tem trazido, e por isso estamos encaminhando essa demanda para o escalão governamental. Essa determinação não envolve apenas a Secretaria de Administração Penitenciária, mas também a secretaria de Saúde, que faz parte desse comitê no enfrentamento contra a Covid-19. Tudo isso é decidido em forma conjunta e por isso estamos no aguardo para retomar as visitas em nossa unidade", explicou.

De acordo com o diretor, as representantes que tiveram acesso à reunião compreenderam a situação, e a importância de preservar as vidas dos detentos, com essa suspensão das visitas.

"Eu senti que foi positiva a conversa e percebi que elas compreenderam a importância e a preservação dessas pessoas que estão aqui privadas de liberdade. É necessário essa consciência de que o coronavírus dentro de um sistema prisional é muito mais nocivo do que fora, devido ao confinamento que aqui existe. Se a doença lá fora já é nociva, aqui dentro se torna mais nociva ainda e é preciso manter essa preservação com a comunidade carcerária", afirmou.

Foto: Aldo Matos/ Acorda Cidade

Presos do Pavilhão 2 do Conjunto Penal protocolaram uma carta ao diretor do Presídio, na qual reclamam estar sofrendo maus-tratos por parte da direção. De acordo com o capitão, por conta do alto pico de contaminação que estava sendo registrado em Feira de Santana, em alguns momentos, houve o revezamento de detentos para tomarem o banho de sol.

"Em alguns momentos por conta da doença, que também acomete os servidores, principalmente naquele período em que a doença estava muito forte entre os servidores daqui da unidade, tivemos alguns afastamentos desses profissionais e por isso realizamos revezamento entre pavilhões nessa questão do banho de sol. Fazemos isso diariamente, mas o normal é que possamos fazer esse banho de sol em um momento de muita tranquilidade, precisamos tomar todas as cautelas, porque a covid-19 não afeta apenas os internos, afeta também toda a população que é envolvida no sistema prisional, como os policiais penais, assistentes sociais, médicos, enfermeiros e etc, mas nesse momento, estamos com a situação sob controle e a tendência é melhorar e superar esse momento", concluiu.

Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade

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