Feira de Santana

Representante da classe cultural pede socorro aos vereadores em discurso na Câmara

Ele questionou o fato de outros setores estarem funcionando e gerando aglomeração no município, enquanto os músicos estão tendo que vender seus materiais de trabalho para conseguir se sustentar.

Laiane Cruz

O representante da Associação dos Músicos de Feira de Santana (AMFS), Adilson José, utilizou a tribuna da Câmara Municipal nesta quinta-feira (29), para pedir socorro aos vereadores e falar da situação difícil do setor cultural no município, que está sem trabalhar em decorrência da suspensão dos eventos em face das medidas de restrição para conter a proliferação da covid-19.

“O intuito foi pedir o apoio dos vereadores e colocar a real situação em que se encontra o setor de eventos, que não abrange só os músicos, abrange os holders, sonorizadores, técnicos de som, músicos, donos de bandas, são vários profissionais. E há pouco tempo, num levantamento que tentamos fazer, são 5.564 pessoas, que sustentam famílias, que agregam a esse setor, pessoas que vivem diretamente de eventos. Viemos pedir o apoio dos vereadores para que possam assistir essas pessoas”, afirmou.

Ele questionou o fato de outros setores estarem funcionando e gerando aglomeração no município, enquanto os músicos estão tendo que vender seus materiais de trabalho para conseguir se sustentar.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

“A gente tem visto que os casos estão aumentando de novo, porém vemos aí o comércio aberto e aglomerando, os ônibus lotados, e só o setor cultural é que tem que pagar por isso. Estamos vendendo nossos equipamentos para sobreviver. São teclados, guitarras, baterias. Conheço gente que já vendeu o som, eu mesmo já vendi metade do meu som para custear minhas dívidas. Equipamentos que a gente compra de 4 ou 5 mil reais e estamos vendendo por 1.500, 2 mil, pra sobreviver, e quando termina o dinheiro acabou tudo”, desabafou.

Ainda segundo o representante da AMFS, houve uma reunião com o secretário de Cultura, Esporte e Lazer do município, Jairo Filho, que anunciou uma grande campanha de arrecadação de alimentos para ajudar os trabalhadores do setor cultural.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

“Nessa reunião nos foi passado que estaria acontecendo uma grande ação pra arrecadação de alimentos pra classe cultural de Feira de Santana, o que não resolve, porque a cesta básica vem mais ou menos com 15 itens, e quem tem uma família com cinco filhos pode passar um mês com uma cesta? O recibo de luz e de água pode ser pago com a cesta básica? Então, não se trata só de se alimentar, se trata de cumprir com os compromissos, as dívidas”, salientou.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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