Feira de Santana

Cresce o número de denúncias relacionadas a importunação sexual na Deam de Feira de Santana

Em Feira de Santana, a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), apenas neste mês de abril, conseguiu identificar três suspeitos.

Gabriel Gonçalves

O crime de importunação sexual está descrito no Ar. 215-A da Lei nº 13.718 de 24 de setembro do ano de 2018, e diz que a prática contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro, pode levar esta pessoa a pena de 1 a 5 anos, se o ato não constitui crime mais grave.

Em Feira de Santana, a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), apenas neste mês de abril, conseguiu identificar três indivíduos na cidade. De acordo com a delegada titular da unidade, Clécia Vasconcelos, eles estavam praticando o ato de masturbação diante das vítimas.

Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade

"Percebemos um aumento desses delitos que se enquadram nos crimes sexuais, contra a dignidade sexual. É muito importante a denúncia da vítima, porque através disso, podemos colher as informações que nos possibilitam confeccionar modos operantes, como identificar o perfil desse indivíduo, essa vítima pode fazer um retrato falado. Apenas neste mês conseguimos identificar três indivíduos que estavam circulando em Feira de Santana se masturbando diante das vítimas. Além desses fatos, existem as ameaças de divulgações de nudes, uma modalidade hoje em termos de pandemia que faz ressaltar esse tipo de delito, então os estupros hoje na sua grande maioria acontecem se valendo das redes sociais", afirmou a delegada em entrevista ao Acorda Cidade.

Segundo ela, mesmo estando em um mundo cibernético, é possível identificar autores que cometem esse tipo de crime através das mídias sociais.

"Ao contrário do que muitos pensam, a internet não é uma terra sem lei. Existe sim uma investigação que demanda de mais atuação, mas tem sim como chegar até o autor, quem divulga, quem está extorquindo e quem tem interesse direto naquilo. Muitas vezes tem relação com a violência através da Lei Maria da Penha, outras vezes não", explicou.

Durante o momento da entrevista, a delegada Clécia Vasconcelos informou ao Acorda Cidade, que uma vítima estava prestando queixa contra este tipo de crime. De acordo com ela, após relatos da vítima e do suspeito que foi conduzido pela Polícia, será confirmado se houve uma importunação sexual ou tentativa de estupro.

"Nesse momento, temos uma vítima que constantemente ao se dirigir para o local de trabalho, era constrangida e importunada sexualmente por um indivíduo dentro de um veículo. A polícia o conduziu e supostamente está dizendo que precisava do serviço dela enquanto funcionária de uma rede de telefonia e forçou esse abuso sexual. Estamos analisando para ver se realmente se trata de uma importunação sexual ou de um estupro, a violência que vai dizer, ela está sendo ouvida e ele será interrogado para poder concluirmos o caso, mas o fato é que ele age na cidade importunando e quanto tem a oportunidade para isso, pratica o estupro", afirmou.

Para a delegada, sempre que existir esses tipos de caso, o mais recomendado é procurar a Delegacia para realizar a denúncia.

"É preciso procurar a Delegacia, porque muitas vezes não é um maníaco como a gente tem na mente, muitas vezes é um homem da sociedade, um pai de família, um 'senhor direito', e está na rua com estas mazelas patológicas sociais infringindo a crianças, adolescentes e mulheres. Este é um sério temor porque ser abordado na rua por um indivíduo se masturbando lhe obrigando a segui-lo e levar para algum lugar ermo, é um sério temor e precisamos tirar das ruas esses indivíduos que agem dessa forma", concluiu.

Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade
 

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