Feira de Santana

Presidente do consórcio que administra o Shopping Popular diz que comerciantes precisam saber dialogar

Para Elias Tergilene, as pessoas que estão insatisfeitas precisam sentar com uma pauta definida.

Laiane Cruz

Após uma série de manifestações e reclamações por parte dos proprietários de boxes do Shopping Popular Cidade das Compras, o presidente do Consórcio que administra o empreendimento, Elias Tergilene, criticou as ações dos comerciantes e alegou que aqueles que reclamam das condições do local não sabem dialogar.

Os comerciantes reclamam da baixa movimentação de clientes no local, diminuição de vendas, e o preço das taxas cobradas pelo condomínio. Eles pedem ainda a redução das taxas e mais investimentos no empreendimento.

Para Elias Tergilene, as pessoas que estão insatisfeitas precisam sentar com uma pauta definida para dialogar com a administração do Shopping.

Foto: Paulo José/ Acorda Cidade

“Até agora a gente não conseguiu entender e conversar. Alguns lojistas ficam fazendo manifestação e gritaria e não conseguem chegar a lugar nenhum. Pra que consiga uma evolução, a primeira coisa é sentar pra conversar com uma pauta definida. Porque não é um privilégio só do camelô de Feira de Santana não estar vendendo nesse momento. Em São Paulo, Belo Horizonte, Manaus, Pernambuco está tudo parado e ninguém lá está gritando e fazendo manifestação. O Camelô tem que entender que a mercadoria dele não é de graça, a Coelba não dá energia elétrica de graça, os funcionários não trabalham de graça e tem até um problema de improbidade pública, administrativa, se o prefeito der de graça alguma coisa para o camelô tirando dos cofres da prefeitura”, retrucou.

O presidente do consórcio afirmou que os comerciantes que se mudaram para o empreendimento estão com um entendimento equivocado da situação e disse que há muitos interesses políticos envolvidos nessas manifestações.

“O camelô vende a mercadoria e aufere lucro com isso, então ele não dá a mercadoria de graça pra quem não pode comprar uma calça jeans. Consequentemente ele tem que pagar a energia elétrica. Na Sales Barbosa, quando não pagavam a energia elétrica, eles mesmos iam lá e cortavam a energia pra não continuar consumindo e os outros não pagarem por quem não pagou. Então já é uma prática que vinha da rua, de que quem não paga energia, não usa energia. Essa confusão aí tem muita política envolvida, candidatos que perderam a eleição estão querendo se auto promover pra ser candidato a deputado na próxima eleição e candidatos políticos que prometeram ajudar o camelô sumiram. Tinha um deputado que prometeu mundos e fundos e por que ele não traz um SAC pra cá, um atendimento ao cidadão pra gerar movimento? Tem vereador que se diz do camelô, e por que não ajuda e vota um orçamento na câmara para dar um auxílio ao camelô? Então tem muita informação e muita confusão, e muita desinformação. Eu acho que é prudente sentar e conversar”, explicou.

Elias Tergilene destacou ainda que a taxa cobrada pelo condomínio se refere ao pagamento da energia elétrica, mão de obra e segurança. E caso os comerciantes queiram tentar baixar os valores desses serviços precisam conversar diretamente com os fornecedores.

“Eles têm que pegar qual item que eles acham que está fora do preço, por exemplo, a Coelba, ir lá e conversar com os espanhóis que são donos da empresa e ver se baixa o preço da energia pra o camelô. Quando fala de água e esgoto temos que conversar com a Embasa, o Governo do Estado. Quando se fala de mão de obra, temos que conversar com os funcionários pra saber se eles aceitam trabalhar com um salário mais baixo. Então quando falam que está caro, temos que ver o que tem pra baixar. É o banheiro, que a gente tem que parar de dar de graça? Os banheiros usam água, sabão, quebram os banheiros. O que a gente pode fazer? A gente tem que entender a reinvindicação. Outro ponto, que eu até acho que eles têm razão, é que em meio a uma pandemia, tem que negociar mesmo. Mas tem que saber conversar. Ter razão e não ter educação pra dialogar tem uma diferença muito grande”, relatou.

Ele acrescentou que para se fazer uma redução de taxa, a prefeitura precisa autorizar e homologar com o Ministério Público. “Tem que haver uma negociação. Aqui é uma concessão”, disse, justificando também que o pouco movimento é fruto do desemprego, redução do poder de compra da população, aliado ao fim do Auxílio Emergencial.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade 

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