Feira de Santana

Movimento Negro de Feira de Santana pode processar vereador por discriminação na Câmara Municipal

O vereador Edvaldo Lima destacou que a presidente do Núcleo Odungê, esteve com o objetivo de confrontar com vereadores e não solicitar sessões solenes na Casa da Cidadania.

Gabriel Gonçalves

Após a mudança no Regime Interno da Casa da Cidadania, foi realizada na manhã desta terça-feira (13), a primeira sessão ordinária da semana, na Câmara Municipal de Feira de Santana.

Durante a entrega de um requerimento à Câmara Municipal solicitando a ingressão de sessões solenes relacionadas ao Movimento Negro, a presidente do Núcleo Odungê, Lourdes Santana, informou ao Acorda Cidade que o vereador Edvaldo Lima (MDB), insultou o movimento, criticando-o.

"Todos os anos, precisamos fazer um requerimento para a Câmara Municipal solicitando as sessões solenes, porque já está na lei Municipal e realizamos estas ações desde o ano de 1997. O Beleza Negra é a primeira lei de Feira e foi do vereador, hoje falecido, Ildes Ferreira. Durante esse momento, o vereador Edvaldo Lima criticou a instituição Beleza Negra, intitulando o evento como coisa do cão, e disse que a entidade é dedicada ao candomblé. Ele não conhece e nunca esteve na entidade. Antes dele criticar, que procure o estatuto para de fato saber o que é a entidade", afirmou.

De acordo com Lourdes Santana, assim como foi feito com a instituição, a discriminação pode acontecer com outros movimentos negros e por esta razão, a entidade irá entrar com processos contra o vereador.

"Iremos entrar com um processo contra ele [Edvaldo]. Não era o nosso objetivo, porque já tinha conversado com o filho dele, o advogado, informando que não iríamos fazer nada. Porém, assim como ele fez com a nossa instituição, ele pode fazer com outras do Movimento Negro. Sentimos uma grande tristeza porque não conseguimos dar um título de cidadão feirense, homenagear qualquer pessoa do axé, porque a Câmara não aprova. Infelizmente esse vereador sempre teve um tom que termina prejudicando a sociedade de Feira de Santana e o meu questionamento é, quantas pessoas negras votaram nele? Quantas pessoas do Candomblé votaram nele? Infelizmente o vereador está muito equivocado em todas as suas falas e para falar, precisa aprender e conhecer antes".

Ainda segundo a presidente, os processos contra o vereador serão relacionados a racismo, intolerância religiosa e uso indevido de imagens.

"Ele usou o nome da nossa instituição informando que a religião é da macumba, que é do candomblé. Desde quando ele entrou na Câmara Municipal, sempre criticou o Movimento Negro e precisamos dar um basta nisso. Serão vários processos como racismo, intolerância religiosa, uso indevido de imagens, porque ele não tem autorização para falar meu nome nem o nome da instituição. Ele não conhece nosso movimento, mas farei questão de trazer amanhã e entregar nas mãos dele, para que ele possa aprender mais sobre nossa instituição", concluiu.

Durante a sessão da Câmara Municipal, o vereador Edvaldo Lima destacou que a presidente do Núcleo Odungê, Lourdes Santana, esteve com o objetivo de confrontar com vereadores e não solicitar sessões solenes na Casa da Cidadania.

"A senhora Lourdes Santana veio aqui, mas não foi para trazer explicação para confrontar esta Casa. Ela não está confrontando o vereador Edvaldo Lima, ela está confrontando o regimento desta Casa, confrontando os vereadores e eu não vou deixar isso barato. Ainda acha que tenho medo de processo, mas ela não foi eleita para isso, ela precisa ser eleita nesta Casa e peço que tudo isso seja registrado em Ata, pois eu preciso de respeito", declarou.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.

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