Gabriel Gonçalves
Em entrevista ao Programa Acorda Cidade na manhã desta quinta-feira (11), o secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas-Boas, afirmou que após atualização no sistema municipal, as novas doses já estão disponíveis para o Núcleo Regional Saúde.
"As vacinas já estão disponíveis para o Núcleo de Saúde e a prefeitura pode estar fazendo a retirada a qualquer momento. Teve um problema na alimentação do sistema e a responsabilidade por essa alimentação é da prefeitura municipal e no caso de Feira de Santana, foi uma falha que ocorreu. Não teve problema nenhum, já conversei com Edval Gomes, já conversei com Colbert, falei com eles para que fosse feito uma força tarefa para que nessa virada da noite, deixasse esse sistema alimentado e hoje pela manhã, verificamos que estava tudo ok, vamos liberar ainda hoje pela manhã todas as vacinas para a prefeitura de Feira em sua total integralidade. São poucos mais de cinco mil doses, uma quantidade pequena, mas que já estão no município", confirmou o secretário ao Acorda Cidade.
Leitos para Feira de Santana
Mais de 400 pessoas estão aguardando uma vaga em leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) em todo o estado da Bahia. Segundo o secretário, Feira de Santana também precisa fazer esforços e ter a iniciativa de abrir novas vagas para atender toda demanda.
"O governo do estado apoia a abertura de novos leitos, mas a prefeitura precisa fazer alguma coisa, porque não é só o estado que deve fazer. O que é que Feira de Santana fez? Feira abriu um Hospital de Campanha e tem condições de abrir outros. São tantos hospitais e clínicas na cidade. Estamos trabalhando no Clériston com 50 leitos de UTI Covid-19, são 40 no Clériston 2 e mais 10 no Clériston antigo", disse.
Em uma publicação nas redes sociais, o governador Rui Costa informou que abrir novos leitos incentiva pessoas a se aglomerarem. De acordo com o secretário, esse posicionamento tem coerência, pois o número de leitos não será a solução para encerrar a pandemia.
"O que ele quis dizer com essa afirmação, é que abrir novos leitos, não será a solução para a pandemia. Abrir leitos, é sim fundamental para salvar vidas, tanto que o governador determinou que a gente possa abrir leitos onde for possível e estamos abrindo todos os dias. Mas se não adotar uma estratégia que interrompa a transmissão, não vai ter leitos suficientes, porque a solução não é abrir leitos. Precisamos quebrar esse ciclo de transmissão e isso está sendo feito com a vacina e também é feito com o distanciamento social", destacou o secretário em entrevista ao Acorda Cidade.
Lockdown
Para o secretário, esse é o pior momento da pandemia, chegando a 88% da taxa de ocupação dos leitos em todo o estado da Bahia. Segundo Vilas-Boas, o 'lockdown', está ajudando na redução da transmissão do vírus.
"A situação em nosso estado é grave assim como no Brasil inteiro. Nós estamos no pior momento com 88% da taxa de ocupação dos leitos de UTI, as UPAs estão cheias, ainda existe um estoque de pessoas infectadas passando a doença adiante e é uma situação muito grave mesmo. Durante essa aplicação do lockdown, detectamos uma desaceleração importante, a gente percebe isso muito rápido pois houve a redução da transmissão, houve a redução do número de pessoas internadas, houve a redução da positividade no Lacen e a estabilização do número de casos antigos e por isso está sendo fundamental", explicou.
Atraso de vacinas no Brasil e uso de medicamentos
Na opinião do secretário, o Governo Federal falhou no planejamento da aquisição das vacinas e alertou para o uso de medicamentos não comprovados contra o vírus.
"Esse atraso aconteceu por um erro de planejamento e uma falha que aconteceu no ano passado. Nós estamos hoje pagando o preço das medidas que precisavam ser feitas para poder reverter esse processo. O Governo Federal está assinando uma série de contratos com fabricantes internacionais de vacinas, mas como a decisão foi tardia, estamos entrando no final da fila. Quanto ao uso dos medicamentos, não sou eu Fábio Vilas-Boas que estou afirmando, as autoridades americanas no dia 5 de março, emitiu um alerta para que ninguém tome ivermectina para tratar a covid-19. A Organização Mundial de Saúde já emitiu um alerta para não usar tanto a cloroquina, quanto a azitromicina, já foi feito um comunicado nesta semana que também não funciona, então, não sou eu como gestor estadual que estou dizendo para a rede não usar medicamentos, que não estão comprovadamente eficientes. Mas se os médicos em seus consultórios desejam prescrever, a responsabilidade é dele", concluiu.