Feira de Santana

Samu já atendeu quase 2 mil ocorrências nos primeiros dois meses de 2021; cerca de 5% foram de pacientes com covid-19

A coordenadora ressaltou que o Samu é o componente móvel da rede de atenção às urgências e mesmo nesse período de pandemia, as demais ocorrências continuam acontecendo como as urgências clínicas, traumáticas e obstétricas.

Laiane Cruz

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Feira de Santana realizou nos dois primeiros meses desse ano 1.840 ocorrências, sendo que desse total cerca de 5% correspondem a atendimentos relacionados a pacientes com covid-19.

De acordo com a coordenadora do Samu, Maísa Macedo, esse é um número significante levando-se em conta que o serviço prioriza os pacientes mais graves. Ela ressaltou que o Samu é o componente móvel da rede de atenção às urgências e mesmo nesse período de pandemia, as demais ocorrências continuam acontecendo como as urgências clínicas, traumáticas e obstétricas.

“É um número significante e importante, porque o Samu faz a ocorrência do paciente mais grave. Então aquele paciente covid que está do ponto de vista estável, o Samu não faz esse atendimento. A função dele é atender as pessoas que estão com risco imediato à vida e as pessoas que estão estáveis, porém graves, que precisam de uma resposta imediata pra que esse quadro clínico não agrave”, afirmou a coordenadora.

Avaliação dos sintomas

A coordenadora do Samu explicou como é feita a triagem dos pacientes que ligam para a central em busca de atendimento. De acordo com ela, é feita uma análise pelos atendentes reguladores, que avaliam o quadro geral da pessoa.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Falta de ar, por exemplo, é um sinal de gravidade. Mas, se eu tenho uma pessoa que tem falta de ar, o regulador no momento que atende esse chamado vai avaliar, porque a falta de ar pode ser de origem física, ou a pessoa pode estar com uma ansiedade e tem esse sintoma, e aí são investigados esses sinais. Ele faz uma abordagem sindrômica e a partir daí faz a classificação de risco, e a partir desse risco faz a tomada de decisão de apenas orientar, ou se essa pessoa vai precisar de uma remoção, que pode ser por meios próprios, por uma ambulância convencional ou ambulância do Samu, que seja básica ou avançada. Então a tomada de decisão depende do quadro clínico do paciente, não de um sintoma isolado”, esclareceu.

Ela informou que no último ano, além da regulação primária de pacientes, que é feita na rua ou no imóvel de uma pessoa, o Samu tem feito muitas regulações secundárias, que são as transferências das unidades de pronto-atendimento para hospitais de maior complexidade.

“Talvez seja o maior número de ocorrências nossas atualmente essa regulação secundária. O Samu faz a regulação primária e a secundária. E esse grupo de ocorrências que são as transferências das unidades de pronto-atendimento, policlínica e até PSF para uma unidade de complexidade maior, é o que chamamos de regulação secundária. Existem os pacientes que estão nas policlínicas, Upas ou hospital de menor complexidade e esse quadro clínico agrava e o paciente precisa de uma UTI ou de uma unidade especializada. O Samu faz a regulação e em seguida faz a remoção desse paciente, com a garantia da unidade receptora para receber.”

Apesar de receber essa garantia por parte da unidade recebedora de que há vaga para internar o paciente, a coordenadora do Samu revelou que em muitas ocasiões as equipes têm encontrado uma série de dificuldades nas portas dos hospitais.

“O Samu antes de sair pra uma ocorrência de Covid, a equipe de intervenção vai retirar o excesso de materiais das ambulâncias, vai se paramentar, vai organizar aquela unidade para esse atendimento. Ao chegar à unidade solicitante vai fazer a remoção desse paciente até a ambulância, que muitas vezes na hora que vai avaliar o paciente, ele desestabiliza o seu quadro clínico. Muitas vezes, a equipe do Samu precisa fazer intervenções dentro da unidade e quando chega à unidade receptora de referência, a equipe fica 30 a 40 minutos, de 1 ou 2 horas aguardando essa recepção pra colocar o paciente no seu leito, com todos os seus materiais e a passagem de plantão. Então muitas vezes nós já tivemos ocorrências de transferências do Samu de demorar 3 a 4 horas de relógio e é uma situação desgastante e cansativa”, relatou.

Protocolos de atendimento

Maísa Macedo esclareceu também que desde que a pandemia começou em Feira de Santana, o Samu precisou passar por uma série de adaptações e refazer seus protocolos de atendimento, a fim de garantir a segurança para os pacientes e também os funcionários.

“Houve uma construção de protocolos específicos para o atendimento Covid, que foram se ajustando à medida que os estudos científicos eram publicados, aliados à nossa realidade, nosso contexto, nosso perfil epidemiológico e a nossa área de abrangência. Então foram muitas mudanças do ponto de visto técnico, da rotina, da organização da base do Samu e unidades móveis, da regulação e do processo de trabalho. É uma situação complexa, de muita responsabilidade, pra que a gente possa manter a estabilidade dos profissionais e das equipes, e passando um atendimento de segurança para o paciente e sua família, com qualidade”, destacou.

Atualmente, de acordo com Maísa Macedo, o Samu está atendendo em média de dois a três pacientes com covid por dia. E há dias em que as equipes chegam a atender de cinco a seis pacientes com a doença.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

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