Gabriel Gonçalves
Quem assiste ao reality show da Rede Globo, Big Brother Brasil (BBB 2021), percebeu nas primeiras semanas de confinamento, as falhas no cabelo do ex-participante Lucas Penteado. Trata-se de alopecia, uma condição em que ocorre perda de cabelo ou de pelos do corpo, como queixo, braços, pernas e até sobrancelhas.
De acordo com a dermatologista, Deborah Duarte, existem vários tipos da doença e destacou que não é contagiosa.
"Existem vários tipos de alopecia e cada um tem uma patologia diferente. Em relação ao ex-participante do BBB, provavelmente se trata de uma alopecia areata, mas claro que para ter a certeza, é preciso fazer um exame que faço aqui no consultório chamado de Tricoscopia. Pelo que observamos dos pequenos pelinhos presentes no couro cabeludo do ex-participante, parece sim uma alopecia areata e esse tipo é gerado de forma hereditária. Esse estado da alopecia tem uma parte autoimune, então, o nosso corpo cria anticorpos contra o folículo levando a inflamação, depois a destruição. Muitas vezes o paciente já nasce com essa doença ou é questão emocional, trauma, acidente e no local pode gerar uma infecção da parte superior da face, desencadeando essa alopecia areata que se configura como placas sem pêlos, totalmente lisas e brilhante no couro cabeludo, mas é importante destacar que ela não é contagiosa. Observamos que certas pessoas possuem receios de ficarem próximas, mas não é uma doença perigosa", explicou.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
O diagnóstico da doença é feito através de ferramentas como a lupa ou o dermatoscópio verificando as variações dos folículos presentes nessa região da alopecia.
"Essa doença apresenta várias formas clínicas. A forma clássica é a placa inicial e tem a forma multi, onde possui várias placas. Tem a alopecia chamada ofiásica que abrange toda a parte da nuca e a alopécia total que pega todo o couro cabeludo e o paciente fica completamente careca. A alopecia universal atinge todo o corpo humano e a pessoa fica sem nenhum tipo de pelo em todo o corpo", disse a médica ao Acorda Cidade.
Tratamentos
A dermatologista explicou que a evolução da doença depende do formato e quanto mais simples for a placa, melhor será o prognóstico.
"Se a placa da alopecia for a mais simples, melhor vai ser a evolução desse tratamento, onde podemos fazer o uso de loções e o paciente pode melhorar. Existem pacientes que melhoram de forma espontânea sem fazer nenhum tipo de tratamento. Aqueles que possuem alopecia universal, já se torna mais difícil o tratamento pois atinge todo o corpo humano", destacou.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Pintar o cabelo pode ser prejudicial?
Para Deborah Duarte, caso o paciente tenha reações alérgicas aos produtos que compõem a tinta, é possível que lesões no couro cabeludo sejam formadas.
"A gente chama de dermatite de contato a alergia aos produtos que estão dentro da tintura. Caso tenha alergia, fica mais complicado e o paciente pode ter algumas lesões no couro cabeludo, mas depende de pessoa para pessoa. O cabeleireiro também pode aplicar o produto de forma intensa, com uma quantidade maior do que o normal, mas a tintura é maléfica para os fios, como luzes, clareamentos, porque os fios se abrem e a cutícula retira aquela cor e nisso, essa cutícula nunca volta ao normal e os fios ficam sem brilhos e nesse sentido, seriam ruim fazer o uso de tintas, assim como as gestantes que não são recomendadas a fazer esse tipo de procedimento", afirmou.
Com relação aos fios brancos, a dermatologista explicou que existe um antioxidante no sentido de prevenção ao aparecimento precoce, demorando mais com os fios escuros no couro cabeludo.
"Existe uma molécula chamada PQQ que faz um processo de prevenção. Mostrou-se que os pacientes que usam medicações, demoram mais para apresentar os cabelos brancos, comparado aos próprios pais", finalizou.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade