Gabriel Gonçalves
Atualizada às 12:45
Durante a coletiva de imprensa realizada pela Prefeitura Municipal de Feira de Santana na manhã desta sexta-feira (5), o diretor do Hospital de Campanha, Francisco Mota, destacou que até o dia de ontem (4), sete pacientes estavam aguardando na fila para serem transferidas para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
"Essa fila é muito variável e o que acontece é que o Hospital de Campanha neste momento está com todas as Unidades lotadas. Se tiver alguma alta ou infelizmente algum óbito, naturalmente uma vaga vai estar disponível. É claro que não existe apenas o Hospital de Campanha, temos o Hospital Geral Clériston Andrade, mas o que podemos afirmar neste momento, é que no dia de ontem, sete pacientes estão aguardando por falta de UTI. Esses pacientes permanecem nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e policlínicas. Assim como o Secretário Edval Gomes já confirmou, essas unidades estão prontas para receber estes pacientes e ficam aguardando surgir uma vaga de UTI para serem transferidos, seja para o Hospital de Campanha ou o Clériston Andrade", explicou.
Segundo a infectologista e coordenadora do Comitê de Enfrentamento à Covid-19, Melissa Falcão, a dificuldade para ter disponibilidade de leitos de UTI, não acontece apenas na rede pública, mas também na rede privada. Mesmo com a abertura de novos leitos, é preciso que a população tenha consciência para que a taxa de infecção possa reduzir.
"Estamos vendo essa dificuldade de leitos, tanto na rede pública, quanto na rede privada. Duas unidades particulares aqui no município abriram novas UTIs para o enfrentamento contra o vírus, mas não está sendo suficiente porque assim que esses leitos foram abertos, de imediato, foram ocupados. Estamos trabalhando para viabilizar abertura de mais leitos, mas se não existir a redução da infecção, os leitos não serão suficientes. Quero também afirmar que este problema não é de Feira de Santana e sim de todo o Brasil, essa variante causou a mudança do padrão de todo o país e corremos o risco do Brasil inteiro passar pela mesma situação que Manaus passou. As filas continuam existindo e enquanto continuar com pessoas infectadas, iremos continuar desta forma, precisamos reduzir as taxas e contamos com a ajuda de todos", declarou.
De acordo com o Secretário Municipal de Saúde, Edval Gomes, atualmente o município dispõe de 13 leitos monitorados com capacidade de ventilação mecânica distribuídas pelas Policlínicas.
"Nós temos atualmente 13 leitos monitorados com capacidade de ventilação mecânica e assistência médica que estão localizadas entre as Policlínicas e UPAs, havendo a capacidade de ampliação a depender da situação. Nós contactamos com essas unidades duas vezes ao dia, para que a gente possa ter noção do que está acontecendo. No dia de ontem, não tinha nenhuma ocupação por Covid-19 de forma grave nesses leitos e hoje já temos um pacientes de Humildes que está sendo transferido para o Hospital de Campanha, de modo que ainda temos três leitos à disposição nessas unidades, se porventura houver a necessidade", concluiu.
Fila de espera na Bahia
Em toda a Bahia, neste momento, a fila de espera por um leito para tratamento da doença tem mais de 320 pessoas, segundo informou nesta sexta-feira (5), a secretária da Saúde em exercício, Tereza Paim, que voltou a alertar sobre a alta ocupação dos leitos de Covid-19.
Ela destaca que “mais do que abrir novos leitos, a necessidade é de conscientização da população, para que evite novas contaminações e a consequente sobrecarga do sistema de saúde.”
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Fonte: Acorda Cidade