Rachel Pinto
A informação de que Feira de Santana continuará em lockdown por mais 48h, até a quarta-feira (3),seguindo o decreto do governo do estado, está deixando muitas pessoas preocupadas, principalmente aquelas que são ligadas ao setor do comércio. O presidente da Associação Comercial, Marcelo Alexandrino em contato com o Acorda Cidade, considerou a atitude de restrição das atividades comerciais como desastrosa e que poderá desencadear problemas sérios na economia, como crise financeira e demissões.
Ele opinou que não acredita que o vetor de contágio do coronavírus esteja no comércio, porque os estabelecimentos e os clientes têm seguido todos os protocolos sanitários. Marcelo Alexandrino afirmou que empresários solicitaram um estudo a partir de dados da Secretaria de Saúde da Bahia com o intuito de apresentar ao prefeito e as demais autoridades, que ao contrário do que muitos dizem, o lockdown, não é a solução para reduzir a contaminação.
“Isso afeta diretamente Feira de Santana e nós entendemos que isso é uma ação errada e estamos indo na contramão do que os números têm nos mostrado. O número de contaminados novos por dia, cresceu com as atividades comerciais paradas. Quando houve a flexibilização das atividades econômicas, esse número desceu e nós entendemos que quando você deixa toda uma população na rua sem atividades, ela está saindo dos seus ambientes comerciais, que estão sim preparados para combater o coronavírus. Quando tira a população do centro comercial, que está no shopping fazendo as suas compras de forma segura e a coloca em suas residências, que muitas vezes nos bairros mais periféricos da cidade são pequenas, onde têm pessoas que estão compartilhando espaços pequenos, com isso há sim aglomeração. Nas casas, nos bairros. As pessoas não conseguem ficar em casa não são pessoas de classe alta, que têm jardins e condomínios para circular”, declarou.
O presidente da Associação Comercial comentou que fechar o comércio é um caminho errado e é preciso atenção para o transporte público, além de outras questões. Ele relatou que já recebeu muitas mensagens de empresários, contando que não vão suportar este novo fechamento, que não vão conseguir pagar os impostos, a folha dos trabalhadores e que o futuro da economia está incerto, principalmente porque não há contrapartida do governo para a classe empresarial.
“Quero dizer que o prefeito tem o apoio do empresariado, da população para ir de encontro a esse decreto do governo do estado, até porque não acreditamos que essa seja a ação e ele já falou que que lockdown não é uma solução para isso. Estamos ao lado do prefeito para que a gente possa ir de encontro a esse decreto, conversar e mostrar ao governador que existem outros caminhos”, finalizou.