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Uma briga eterna entre a imagem e a realidade do corpo pode atrapalhar a nutrição. Tanto dietas mirabolantes e restritivas, quanto condicionamento físico obsessivo, criam pressão e hábitos contraprodutivos quando o assunto é o autocuidado. A onda agora é a do movimento feminista body positive, que se aplica para que as pessoas tenham uma aceitação do corpo como ele é.
As influenciadoras plus size têm ganhado visibilidade, apresentando uma vida mais real com as variedades corporais que continuam saudáveis, mesmo se apresentando fora dos padrões impostos pela moda dos anos passados e evidenciados pela mídia. Estar bem consigo mesma e alimentar a autoestima são as tendências do momento.
Nutricionistas apontam que um engajamento de ódio com o próprio corpo e tentativas nutricionais excessivas como regimes restritivos podem ser prejudiciais, tanto fisicamente, quanto mentalmente. Uma mudança de hábitos com autocuidado envolve afeição por si e busca por uma vida saudável.
Há também o movimento body neutrality, uma filosofia que foca no corpo como ferramenta, e não como ele se parece. Enquanto o body positive destaca o lado estético, o conceito body neutrality foge do eixo do corpo para colocar mais ênfase em como a pessoa se sente. Ao invés de impor uma positividade forçada, que, às vezes, não existe, mira em um viés neutro. O que importa é o que o corpo pode proporcionar e como ele te possibilita viver a vida.
O movimento impulsiona olhar o próprio corpo livre de julgamentos e negatividade. Esse posicionamento sem depreciação pode levar a uma maior qualidade de vida. Os hábitos alimentares mais saudáveis entram não para retirar uma imagem danosa de si, mas para trazer bem-estar de uma maneira geral.
Quando se investe em dietas da moda por um período de tempo, pode-se até perder peso, mas as pessoas ficam mais sujeitas ao efeito sanfona. O peso perdido retorna e, muitas vezes, até em dobro. Além desses regimes não colaborarem com a saúde, já que tendem a ser monótonos e desequilibrados nutricionalmente, prejudicam a imagem do corpo que está submetido a mudanças radicais.
O que acontece, então, é uma gangorra sem fim de insatisfação com o próprio corpo. É importante, antes de tudo, perceber a relação que se tem com a comida e adquirir consciência dos sentimentos que se conectam com o ato de alimentar-se. Para uma forma de viver mais saudável, com mais aceitação e menos julgamento, o autocuidado começa com um olhar afetuoso para consigo mesma, ou, pelo menos, sem desprezo com as próprias formas.