Feira de Santana

Ambientalista diz que situação dos rios Jacuípe e Paraguaçu preocupa e cobra mais ações do governo do estado

O ambientalista disse ainda que o governo não promove educação ambiental e não faz investimentos para proteger os rios.

Laiane Cruz

O ambientalista e integrante do Comitê da Bacia do Paraguaçu e da Associação de Pescadores, João Dias, parabenizou os esforços que vem sendo realizados pela Embasa para aumentar a distribuição de água em Feira de Santana e região, mas lamentou a falta de manutenção dos rios Jacuípe e Paraguaçu, que juntos alimentam o lago Pedra do Cavalo.

“Pra que se traga água do lago Pedra do Cavalo é preciso que tenha água, e a população e as autoridades têm que refletir sobre isso. O Rio Jacuípe está acabado. Os 497 quilômetros do Rio Jacuípe, que eu acompanhei agora pra escrever um livro e um documentário, e os 614 quilômetros do Rio Paraguaçu, desde Barra da Estiva até Saubara , precisam de cuidados e a gente fica surpreso porque há essa questão do investimento da Embasa e da Sudene para trazer mais água, mas eles esqueceram dos rios”, afirmou João Dias.

De acordo com o ambientalista, o rio Paraguaçu nasce à direita da Chapada, em Barra da Estiva, e o Rio Jacuípe nasce à esquerda, na cidade de Morro do Chapéu. Depois de um longo percurso eles se encontram na cidade de Conceição da Feira. Nesse percurso da Chapada até o Recôncavo os rios passam por diversos tipos de degradação, e a maioria das cidades joga o esgoto sem tratamento dentro dos dois rios.

“Os fazendeiros, os produtores rurais, os posseiros desmatam a mata ciliar do rio até dentro da água sem nenhuma providência do órgão licenciador, que é o Inema, que também é órgão fiscalizador. Eu gostaria de saber com que base o Inema licenciou pra liberar essa água sem que houvesse condicionantes. E se houver condicionantes, a Associação dos Pescadores vai entrar na Justiça para saber que condicionantes são essas e se estão sendo cumpridas. Temos advogados e não vamos deixar em branco essa questão”, alertou.

João Dias ressaltou que, além da mata ciliar que é desmatada, o rio sofre com o assoreamento, com desbarrancamento, morte da flora e da fauna, sem nenhuma ação do governo. “Eu como ambientalista estou aqui falando que o governo não tem nenhuma ação desenvolvida ao longo do rio e não aguentamos mais, porque precisamos há mais de 10 anos de recursos para fazer o estudo da Bacia do Rio Paraguaçu e o governo nunca pagou, e agora aparece dinheiro pra trazer água. Mas nós queremos dinheiro também para recuperar as nascentes e os afluentes do Paraguaçu e do Jacuípe”, disse.

O ambientalista disse ainda que o governo não promove educação ambiental e não faz investimentos para proteger os rios.

“O que vai acontecer no futuro é que, quando o rio não tiver mais água, porque não tá recebendo das nascentes e dos afluentes por conta do desmatamento, do descaso das autoridades, aí vão dizer que não tá chovendo e que é culpa das mudanças climáticas, mas não é”, disparou.

O Acorda Cidade tentou entrar em contato com o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, mas não obteve resposta.

As informações são do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.   

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