Dia de Iemanjá

Arquiteta acredita ter nascido após sua mãe fazer pedido a Iemanjá

A mãe de Ila não conseguia engravidar e pediu a Iemanjá que lhe desse a benção de ser mãe.

Rachel Pinto

O Dia de Iemanjá é comemorado no dia 2 de fevereiro. Na Bahia, esta data é marcada pela tradicional festa do Rio Vermelho em Salvador, que reúne muitos devotos, pescadores e turistas e também simpatizantes deste orixá que é tão popular por aqui. No entanto devido a pandemia da covid-19 e as restrições em todo o estado de eventos que têm grande público, este ano a festa não acontecerá.

Mas, este impedimento de local não é motivo para deixar de celebrar esta data tão especial que é dedicada a Rainha do Mar e onde são feitos muitos pedidos, promessas e oferendas. Cada devoto ao seu modo e mantendo a tradição, comemora com alegria este dia.

Foto: Arquivo Pessoal

Como é o caso da arquiteta e designer de interiores, de Feira de Santana, Ila Safira. Além de comemorar o Dia de Iemanjá, ela também comemora o seu aniversário de 39 anos e uma história repleta de fé, religiosidade e adoração.

Ila conta que sua relação com Iemanjá, começou antes mesmo dela existir e veio em forma de um pedido de sua mãe para que ela viesse ao mundo.

Foto: Arquivo Pessoal

“Eu surgi de uma conexão, de uma fé, de minha mãe, por Iemanjá. Ela não conseguia engravidar e por volta de 1981 foi orientada por minha vó a ir à festa de Iemanjá no Rio Vermelho em Salvador para entregar flores e pedir que naquele ano que tivesse êxito na tentativa da gravidez. E assim ocorreu, minha mãe foi no dia 2 de fevereiro de 1981 ao Rio Vermelho, com muita fé fez suas orações, entrou em conexão e pediu de forma muito humilde aquela benção. Eu nasci no dia 2 de fevereiro de 1982, um ano depois. Nasci em volta dessa história toda com essa fé, com essa religiosidade muito enraizada e minha mãe durante os meus 15 primeiros anos me levou ao mar. A gente ofertava flores e alfazema, fazia as nossas orações e agradecia a benção. Fazia parte da promessa dela, durante os primeiros 15 anos, dessa filha, o agradecimento”, disse.

A arquiteta disse ao Acorda Cidade que se considera filha de Iemanjá e que adora toda a história em volta da sua própria vida e do orixá que representa a força das águas, o poder feminino, a fertilidade e a maternidade. O dia 2 de fevereiro para Ila, é momento de sintonia com Iemanjá, que nas religiões afro-brasileiras, é também conhecida como Janaína, Dandalunda, Ísis e Sereia do Mar.

“Eu amo ser filha de Iemanjá, amo fazer parte dessa história. Costumo iniciar o meu dia sempre indo ao Rio Vermelho. Esse ano, devido a pandemia, o local estará fechado e a gente não vai conseguir ofertar os nossos presentas lá na Praia da Paciência. Mas, eu não deixo de passar o meu aniversário, o dia 2 de fevereiro sem passar no mar, sem pisar na água sem fazer minhas orações, sem ofertar minhas flores e alfazema. Esse é o meu ritual de celebração da data e do meu aniversário. Este ano vou passar em outra praia, obedecendo os protocolos de segurança”, declarou.

Ao longo de toda a vida caminhando junto com a Rainha do Mar, desde o ventre da sua mãe, Ila tem muitos registros fotográficos do dia 2 de fevereiro, memórias afetuosas relacionadas a sua devoção e inúmeras imagens de Iemanjá.

Foto: Arquivo Pessoal

 

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.
 

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