Laiane Cruz
A mãe do adolescente Miguel Lucas Souza de Jesus Barbosa, de 12 anos, fez um apelo em entrevista ao Acorda Cidade na manhã desta segunda-feira (25), para tentar diagnosticar um problema ocular do filho, que é portador de deficiência. Jucileide Souza de Jesus Barbosa informou que o jovem possui uma doença neurodegenerativa, mas não teve um diagnóstico fechado por se tratar de uma doença rara.
Ela já levou o filho a várias clínicas, porém ainda não conseguiu descobrir o que estaria causando o problema nos olhos de Miguel, e deseja o apoio de uma clínica que faça uma investigação mais completa no adolescente.
“Temos o serviço de Home Care pelo SUS e atualmente ele é assistido pela empresa Curativos, então todo deslocamento para fazer exames ou qualquer intercorrência que tenha, a empresa é acionada e ela disponibiliza uma UTI móvel para fazermos a remoção dele até a unidade”, explicou.
Jucileide Souza informou que o problema ocular do filho surgiu há cerca de cinco meses. O garoto foi levado a dois oftalmologistas, que afirmaram que poderia se tratar de uma alergia.
“Eu venho utilizando essas medicações já faz um tempo. Ele deu uma melhorada há mais ou menos uns dois meses, só que agora voltou com muita intensidade. Eu estou fazendo o uso da medicação corretamente, só que já tem uma semana ou mais que ele não consegue abrir os olhos. Por conta disso, ele chora, fica mais hipoativo, não acorda, porque conforme ele fica muito tempo com o olho fechado, acaba cansando e dormindo”, explicou.
A mãe de Miguel disse que o globo ocular do filho está cheio de bolhas e ela não acredita que se trata de uma simples alergia. Jucileide pede apoio da comunidade médica para conseguir fazer uma investigação maior.
“Os médicos deveriam se posicionar em relação a isso e tentar ver um exame mais específico para ver o porquê que está acontecendo isso. Eu queria até fazer um apelo às autoridades públicas ou quem mais seja responsável por essas unidades do SUS, que não têm estrutura nenhuma para um paciente como o meu filho”, disse.
Falta de estrutura
A dona de casa contou ainda sobre a dificuldade enfrentada por ela para levar o filho até às unidades de saúde do município. Segundo Jucileide, falta estrutura para receber pacientes acamados, como o filho.
“Meu filho é um paciente com ventilação mecânica, ele é acamado, só conseguimos remover ele de casa com uma UTI móvel, tem uma maca, não tem espaço, não tem estrutura para entrar uma maca nessas unidades e sempre está superlotada, muita aglomeração, pessoas muito juntas, e nesse tempo de pandemia isso deveria ser evitado. Fiquei muito triste, porque eu não vi ali uma preparação para um paciente como o meu filho, fiquei triste por que não tinha como entrar com ele, se fosse um caso de extrema emergência, se tivesse que entrar rápido não teria como, tivemos que ficar do lado de fora, na ambulância esperando que eles preparassem o corredor e desocupasse uma sala que era para a gente entrar por outro lado, para ter acesso à sala do médico que iria examinar ele, e lá dentro, tivemos que descer a maca para o médico ter uma visão melhor. Foi muito desconfortável, fiquei muito triste com essa situação, porque eu acho que isso deveria ser mais observado, porque as crianças especiais, assim como os outros pacientes especiais, muita das vezes necessitam de um atendimento de urgência ou emergência e chega em uma dessas unidades, faz como para poder entrar?”, questionou.
Conforme a mãe de Miguel, desde que o filho ficou doente, não consegue mais trabalhar. Todas as atenções dela são voltadas para o garoto.
“Eu não tenho nenhuma profissão, pois desde quando Miguel ficou doente, eu passei a me dedicar a cuidar dele, então não tem como eu trabalhar, até porque também pelo sistema de Home Care, não é permitido que eu deixe ele sozinho com o técnico de enfermagem, não tenho como pagar um cuidador, então tenho que cuidar dele, não posso trabalhar. Nós temos técnicos de enfermagem 24 horas, todo o atendimento que ele teria dentro de um hospital, ele tem em casa”, finalizou.
Quem tiver interesse em ajudar Jucileide na busca por um diagnóstico do Miguel pode ligar para o número de telefone 75 9212-4750.