Gabriel Gonçalves
Após o Governo do Estado divulgar o plano de vacinação contra a covid-19, seguindo os moldes do Ministério da Saúde, o Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (Sindpoc) solicitou, através de um ofício à Secretaria Estadual de Saúde, a inclusão da categoria na 1ª fase da vacinação.
De acordo com o presidente do Sindpoc, o investigador de polícia Estácio Lopes, existe um alto nível de contaminação dos policiais civis que estão na linha de frente no combate contra a criminalidade, principalmente em Feira de Santana.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade (Arquivo)
"Em Feira de Santana e região houve um grande foco e todas as delegacias, em especial a Delegacia de Homicídios, onde 10 policiais se afastaram, nós tivemos 10 policiais vítimas da covid-19 que não resistiram. Essa é uma profissão estressante e tem muitos policiais civis que fazem parte do grupo de risco, comorbidades como pressão alta, diabetes, problemas cardíacos e as delegacias trabalham com porta aberta, não há limitação de atendimento. Em virtude disso, estamos solicitando, já fizemos um ofício ao Governo do Estado na pessoa do Governador Rui Costa, ele já encaminhou nosso ofício à Secretaria de Saúde, no qual pedimos que, além dos profissionais de saúde, inclua também os trabalhadores da segurança pública, em especial, os policiais civis porque nossa categoria é bem vulnerável e foi uma das mais atingidas, tendo praticamente 70% do efetivo contaminado", disse à reportagem do Acorda Cidade.
Para o presidente do sindicato, a categoria da segurança pública deveria estar na 1ª fase de vacinação, pois são os policiais que estão enfrentando qualquer tipo de aglomeração que a população realiza nas cidades.
"Eu não entendi por que não colocaram entre as prioridades os trabalhadores de segurança pública. Hoje para evitar qualquer tipo de aglomeração, parar um show, parar uma festa, tudo é a polícia. Toda e qualquer solicitação, nós ouvimos em todo o tempo passando nos telejornais, que é a polícia, então somos nós que estamos na aglomeração, nos flagrantes. Os presos que estão em suas vidas pregressas não possuem cuidado nenhum de prevenção, entram nas delegacias, contaminam os outros presos, contaminam os policiais, e não há nenhum tipo de protocolo nas unidades de delegacias. Direto temos policiais contaminados, são assintomáticos e contaminam os colegas e quando vamos ver, mais um policial civil foi vítima da covid-19", finalizou.
Segundo Eustácio Lopes, a Secretaria Estadual da Saúde da Bahia (Sesab) ainda não se manifestou quanto a solicitação feita pelo sindicato, mas espera que o estado tenha a sensibilidade de entender o pedido de inclusão da categoria ainda na 1ª fase de vacinação.
Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade