Acorda Cidade
A presidente Dilma Rousseff vai entrar em campo para tentar agilizar o andamento das obras para a Copa de 2014, que estão atrasadas, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), e são alvo de críticas até mesmo do Instituto de Política Econômica Aplicada (Ipea) , órgão vinculado ao governo. Dilma vai agir em duas frentes: nesta segunda-feira, reúne-se com o ministro do Esporte, Orlando Silva, e com o ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil da Presidência, Wagner Bittencourt, para tentar fechar o modelo de concessão dos aeroportos, principal gargalo dos preparativos para os jogos. Por outro lado, Dilma quer dividir a fatura da Copa com os governadores dos 12 estados com cidades-sede.
Dilma vai reunir os 12 governadores nos próximos dias. Ela vai mostrar que o governo federal quer atuar como parceiro. O cálculo é político: demonstrar que a Copa pode ser um jogo em que todos ganham caso trabalhem juntos. Por isso, o governo estuda criar uma comissão para acompanhar de perto o andamento dos projetos voltados para a Copa nesses estados.
A ideia não é ter mais um órgão a cobrar resultados, mas, como ocorre com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), ver o estágio de cada obra e detectar de que forma o governo federal pode contribuir.
Ao chamar os governadores para conversar, Dilma vai frisar que, política e eleitoralmente, eles podem ser os mais beneficiados ou os mais prejudicados com o resultado final da Copa em seus estados. No Planalto é lembrado que entre os motivos de a ex-governadora do Pará Ana Júlia Carepa (PT) não ter vencido a reeleição ano passado está o fato de ter perdido para o Amazonas uma das sedes.
O mesmo estrago político pode ocorrer em estados onde as obras da Copa não transcorram bem. Entre os 12 governadores que terão o torneio em seus domínios, oito poderão concorrer à reeleição em 2014.
Para Orlando Silva, a melhor fórmula para garantir o sucesso da organização é unir esforços, tanto entre os órgãos federais quanto entre União, estados e municípios. Silva admitiu neste domingo que o calendário da Copa atingiu um ponto crítico:
– O ano de 2011 é decisivo para o sucesso de 2014.
Nove das treze obras do pacote da Copa sequer saíram do papel. Entre os investimentos de mobilidade urbana, 16 dos 50 projetos correm risco de atrasos, de acordo com o TCU.
Para evitar a paralisação de obras, o governo também vai propor aos órgãos de fiscalização, como o TCU e a Controladoria Geral da União (CGU), que ampliem a fiscalização preventiva. Uma das tarefas é apontar os problemas mais recorrentes e identificar soluções para dar celeridade à execução. Ao contrário do ex-presidente Lula, que criticava a fiscalização, Dilma quer trazê-la para perto.
No caso dos aeroportos, Dilma pode bater o martelo sobre o modelo de concessão à iniciativa privada nesta segunda-feira. Ela deve conceder apenas os novos aeroportos ou ampliar o modelo para construções antigas, em reformas ou ampliação. As informações são do O Globo