Câmara Municipal

PM, professora, pesquisadora e escritora: a futura comendadora Aretuza

Atualmente, além de lecionar e exercer a atividade policial, ela participa de grupos de pesquisa e desenvolve estudos sobre a Polícia Militar.

Uma soldado da Polícia Militar com 21 anos de serviços prestados à corporação, também professora de Português, pesquisadora e escritora, receberá da Câmara de Feira de Santana, através de iniciativa do vereador Sargento Josafá Ramos (Patriota), a mais importante honraria da Casa, a Comenda Maria Quitéria. Projeto de Decreto Legislativo concedendo o reconhecimento a Aretuza Pereira dos Santos foi aprovado por unanimidade do plenário nesta terça (08). Feirense de nascimento, ela tem formação acadêmica em Língua Vernáculas, é especialista em Gestão Educacional e mestra em Estudos de Linguagens. Ingressou na Polícia Militar no ano de 1999. Em 2012, foi acusada de incitar o movimento grevista da categoria, sendo presa por 45 dias. “Faz jus à maior honraria da Casa. É uma militante corajosa, ostentando saia quando muitos homens de calça davam as costas à luta", diz o vereador. Ele critica o fato de que Aretuza, há mais de duas décadas na PM, ainda esteja na patente inicial de soldado da corporação, na condição de aluna a cabo. Isto ocorre, segundo Josafá, em razão do seu envolvimento com a greve, "o que me faz lastimar muito".

A PM e os "crimes cometidos socialmente"

Durante o período em que esteve detenta, a PM passou por processo cirúrgico, o que lhe garantiu a conversão da prisão preventiva em domiciliar. Na ocasião, começou a desenvolver uma pesquisa que culminou na sua dissertação de mestrado intitulada “A greve da Polícia Militar da Bahia no campo do discurso: disputas pelo sentido”. Neste trabalho acadêmico, aprovado para publicação, Aretuza analisou alguns discursos que circulavam na sociedade em razão do movimento grevista na Polícia Militar da Bahia entre 1981 e 2014. Atualmente, além de lecionar e exercer a atividade policial, ela participa de grupos de pesquisa e desenvolve estudos sobre a Polícia Militar, tendo como foco "os crimes cometidos socialmente". Também se tornou consteladora familiar com bonecos e busca ressignificar suas dores através da escrita e da observação de si mesma em relação ao mundo. Suas obras poéticas compõem diversas antologias e coletâneas publicadas em várias editoras de respaldo do segmento.

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