Shopping Popular

Lojistas do Shopping Popular reclamam de valor da taxa de condomínio

A situação tem causado divergências entre os lojistas e o presidente do consórcio.

Rachel Pinto

Os lojistas que trabalham no Shopping Popular – Cidade das Compras, em Feira de Santana, estão reclamando que a taxa de condomínio cobrada que correspondia ao valor de R$28 o metro quadrado, passou a ser R$40. Eles alegam que o valor de R$28 foi acordado com a prefeitura, foi divulgado no Diário Oficial do Município e consideram o aumento abusivo.

A comerciante Paula Costa relatou ao Acorda Cidade, que a taxa de condomínio foi aumentada sem nenhuma justificativa e que o local ainda deixa a desejar, principalmente em relação a segurança.

“Acontecem muitos roubos e eu mesma como lojista fui assaltada no sanitário feminino. Hoje teve outro assalto com outro lojista aqui e isso remete a gente à insegurança, à vulnerabilidade que a gente está se sentindo como lojista e também em relação aos fregueses que nós recebemos. Pagamos uma taxa e essa taxa que foi aumentada, com a justificativa era para melhorar a segurança do local que não está acontecendo. Existe uma rádio aqui que é usada para divulgar produtos, perdas e roubos e é cobrada, se qualquer pessoa for assaltada, paga uma taxa de R$5 cada vez que anuncia. Estamos em vulnerabilidade”, afirmou.

A lojista frisou que no local não tem internet e sem câmeras de segurança, como foi prometido pelos administradores do local.

Eli Assunção, que também é lojista do Shopping Popular, relatou que os comerciantes revindicaram junto a prefeitura para reduzir o valor da tarifa de condomínio e que agora o consórcio, informa que vai aumentar, sem dialogar com os trabalhadores.

“Desde as primeiras reuniões falaram que era R$40. Mas tivemos a reivindicação que não queríamos que fosse R$40, fomos até o prefeito e ele abaixou para R$28 o metro quadrado. Foi esse o acordo nos contratos e nas reuniões e inclusive saiu no Diário Oficial do Município”, pontuou.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Ela contou ainda que a água que é utilizada pelos restaurantes do local é fornecida pela prefeitura e que não há justificativa para o aumento das taxas sem conversar com os lojistas.

O que diz o Consórcio Shopping Popular

O presidente do consórcio Shopping Popular, o empresário Elias Tergilene, esclareceu que os valores cobrados correspondem a concessões e serviços utilizados pelos lojistas e o acordo que houve para a redução do valor do condomínio, ocorreu no período de transição dos lojistas do centro da cidade para o espaço do shopping.

“Os camelôs estão aqui desde o dia 22 de setembro e não estavam pagando nada. Não estavam pagando luz, água, não estava pagando o salário do pessoal que faz a segurança, nem a limpeza. Outubro, eles ficaram um mês todo aqui sem pagar nada também porque foi uma decisão nossa. Nós poderíamos ter cobrado os R$28 e resolvemos não cobrar porque era o mês de transição. Agora no mês de novembro nós cobramos o que estava acordado. O valor de R$ 40 é a conta de luz da Coelba, da embasa, é a folha de pagamento de quem limpa os banheiros para os camelôs usarem, o papel higiênico do camelô, são as vassouras que varrem os corredores do shopping, é o pessoal da manutenção elétrica. Da obra civil que ajuda o camelô na manutenção do box dele. Então quando se fala em taxa, na verdade não é uma taxa, é uma cobrança do condomínio", enfatizou.

Na opinião de Elias Tergilene, os camelôs querem ficar no Shopping Popular, utilizar tudo e não pagar nada. De acordo com ele, vários camelôs se dizem coitados, mas possuem casas com piscinas, carros importados e jet skis.

“Nós temos que lembrar que camelô é um nome pejorativo do chamado empreendedor brasileiro. Tem camelô aqui que tem lojas que são equivalentes a lojas de shoppings, são verdadeiros atacadistas de vestuários e todo cidadão quando chega aqui para comprar no shopping popular, ele paga o camelô. Aqui é uma relação comercial. Quando ele usa a conta de luz, quando usa a conta de água, ele tem que pagar, não existe nada de graça e essa é a verdade, então esses R$40 são a composição de custo dos R$40. Eu estou falando do condomínio que é o serviço que tem aqui dentro à disposição do camelô”, ressaltou.

Para Elias Terginele, a implantação do Shopping Popular está revitalizando o espaço do Centro de Abastecimento e da Avenida Olímpio Vital. Ele citou que o local era marcado por pessoas que usavam drogas, prostituição e criminalidade. De acordo com ele, o índice de violência diminuiu e alguns camelôs estão mentindo quando comentam sobre a insegurança.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Nós não podemos ficar com hipocrisia achando que todo mundo que trabalha aqui no comércio popular de Feira de Santana é coitado, pelo contrário, eu vim para a cidade de Feira de Santana e não fui para Salvador, porque na época eu tinha Salvador e Feira de Santana para fazer esse shopping, eu escolhi em Feira de Santana porque Feira de Santana é o lugar que tem mais comércio no Brasil. É esquina do Brasil, as estradas passam todas por aqui então comércio de Feira de Santana é conhecido no país inteiro, como um comércio muito próspero. Essas pessoas que estão aqui dentro são comerciantes e agora estão aqui reclamando querendo que a população de Feira de Santana continue pagando a conta deles. Isso não é justo, o comerciante que está aqui dentro tem condição de pagar e mais, quem não tem condição de pagar, eu já fiz uma proposta de reduzir o espaço. Se ele tá com dificuldade de pagar pode procurar administração do shopping e nós vamos reduzir a área dele. Depois que ele voltar a ter dinheiro a gente volta a área dele”, salientou.

O empresário comentou que os comerciantes que estão reclamando do Shopping Popular são minoria e mais de 70% deles já pagaram as tarifas de condomínio.

Com informações dos repórteres Paulo José e Ed Santos do Acorda Cidade.

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