Andrea Trindade
Os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Campanha de Feira de Santana estão ocupados em sua maioria, por pacientes que testaram negativo ou estão com suspeita de coronavírus. Somente três estão confirmados.
A informação foi passada na manhã desta terça-feira (20) pelos médicos Francisco Mota, diretor da unidade, Melissa Falcão, infectologista coordenadora do Comitê Municipal de Enfrentamento ao Coronavírus, e o prefeito Colbert Martins Filho.
Segundo Melissa, foi observada nas últimas semanas uma demanda de internamento de pacientes com queixas respiratórias, mas não necessariamente causadas por covid-19, e grande parte deles estão sendo excluídos só após o internamento.
“Quando um paciente tem um quadro respiratório, febre isolada e até uma diarreia, ele tem como a suspeita o coronavírus e interna com essa suspeita até ser excluído. Então isso justifica essa ocupação hoje (19) no Hospital de Campanha, no qual apenas três são confirmados, outros três negativos, que estão aguardando desde a semana passada. De 10 pacientes no Hospital de Campanha, quatro são suspeitos, três são negativos e apenas três são confirmados. O que nos preocupa é essa demora para conseguir transferir os pacientes negativos, porque o hospital está lá como referência para pacientes com covid-19 (…), mas quando recebemos pacientes com outras especialidades eles realmente precisam ser transferidos até mesmo para evitar que venha a ser contaminados”.
Melissa Falcão destaca que teve um aumento de internamento, mas com quantidade de pacientes confirmados ainda pequena, porém a pandemia não acabou e as medidas de prevenção individual e coletiva devem ser mantidas.
Leitos
Sobre a quantidade de leitos, o prefeito Colbert recordou que eram 18 leitos de UTI e 50 leitos clínicos no Hospital de Campanha, mas devido a baixa demanda, eles foram desativados. O prefeito disse também que caso necessário os leitos serão ampliados.
“Pedimos ao Ministério da Saúde , porque essa qualificação é feita pelo Ministério da Saúde, para fazer o reconhecimento dos leitos. Passamos muitos dias com um ou dois pacientes na UTI, e entendemos que era possível desativar os leitos clínicos de 50 para 35 e de UTI de 18 para 10. E pedimos para o Ministério da Saúde reconhecer esses dez leitos, ontem o Ministério autorizou oito leitos, habilitados. O município está bancando os outros dois leitos para manter os dez. Isso é absolutamente necessário. Vamos pedir nova habilitação e se for necessário ampliação, a gente pode fazer quantas vezes forem necessárias, como já fizemos”, declarou.
Leitos desabilitados e perfil dos pacientes
O diretor médico do Hospital de Campanha, Francisco Mota, explicou durante a coletiva que o perfil do paciente internado não mudou e explicou sobre desabilitação de leitos.
“Com relação ao perfil de paciente, é o mesmo. Não mudou desde o início da pandemia. O questionamento que houve para mim de alguns veículos de imprensa que me ligaram, foi para saber da desativação. Por que que os leitos foram desativados e agora a UTI está lotada? Então como prefeito deixou bem claro foram desabilitados oito leitos de UTI, então tudo isso tem despesa para a prefeitura e fizemos um balanço dos meses de agosto e setembro, e a taxa de ocupação da UTI vinha caindo a taxa média de ocupação. A taxa média no mês de setembro foi de 7,5 pacientes por dia. Não havia naquele momento motivo para manter esses oito leitos abertos, então foi por conta disso, da baixa ocupação da UTI que se optou neste momento no dia 8 de outubro, pela desativação desses oitos leitos e como prefeito já deixou bem claro, os equipamentos continuam no hospital e havendo a necessidade em fase de crescimento de casos, podemos sim reativar esses oito leitos que foram desativados”, explicou.
Leitos em unidades privadas
Melissa Falcão informou que houve redução da demanda também nos hospitais privados. E que houve desativação de leitos para covid-19 no Hospital Unimed, e outros estão com a taxa de ocupação muito baixa.
“Fomos informados também que pela redução da demanda uma das UTIs do Hospital Geral Clériston Andrade destinadas a covid estava em plano de transferência para uma UTI cirúrgica. Então essa redução e planejamento dos hospitais mostra essa tendência de número de casos, redução de internamentos, como é esperado neste momento da pandemia em que estamos, mas é preciso ficarmos atentos porque caso necessário aumentar leitos, isso será feito”,destacou.