Feira de Santana

Professoras relatam desafios e aprendizados durante a rotina das aulas remotas

Para a professora Daiane Almeida, as novas tecnologias foram fundamentais para a realização das aulas remotas e garantiram que a educação não parasse diante da pandemia da covid-19.

Ney Silva e Rachel Pinto

Dentre as tantas mudanças sociais provocadas pela pandemia da covid-19, estão as aulas que passaram a ser remotas. Neste Dia do Professor, o Acorda Cidade apresenta uma reportagem especial sobre os desafios que estes profissionais têm enfrentado nesta nova realidade e parabeniza também toda a categoria que é tão importante para a formação de todas as outras profissões.

Daiane Almeida, que é professora da rede pública e privada em Feira de Santana, contou ao Acorda Cidade o que tem feito para corresponder às necessidades dos alunos e como tem se sentido neste novo cenário.

De acordo com ela, o professor hoje precisou se reinventar, principalmente o professor de educação básica, porque é nesta fase da educação, que é preciso um processo de aprendizado focado no presencial. Na opinião dela, o maior desafio para os professores, foi a adaptação ao uso das novas tecnologias. Além disso, o próprio relacionamento com os alunos no ambiente virtual.

Foto: Arquivo Pessoal | Professora Daiane Almeida

“É um novo ambiente que é mediado por diversas plataformas que a gente tem à disposição hoje que estão servindo de espaço de sala de aula. Então a gente tem que aprender a utilizar essas tecnologias, tem que aprender a adaptar os conteúdos, adaptar a metodologia, a abordagem para essas plataformas e criar mecanismos para que chamem a atenção do aluno para participar e interagir nesse novo espaço. Essa nova modalidade precisa contar com a participação ativa da família para que dê certo”, observou.

A professora comentou também que embora o uso das novas tecnologias tenha trazido novos desafios, elas foram fundamentais para a realização das aulas remotas e garantiram que a educação não parasse diante da pandemia da covid-19. Os professores além de dar as aulas online, se tornaram produtores de conteúdos digitais.

“O professor surgiu como editor, como alguém que tem que estar dominando não só a plataforma, mas a edição de vídeo, alguém que está dando aula hoje, mas não tem como seu interlocutor apenas o aluno. A família acaba de certa forma presenciando as aulas, isso é muito bom. A criança não está sozinha em casa e é uma série de coisas novas que vem para desafiar o profissional da educação”, acrescentou.

Aprendizados

Daiane Almeida afirmou que o contexto atual trouxe a lição de que além de ensinar, os professores também têm muitas coisas a aprender. Trouxe momentos de troca entre os profissionais e os alunos e a oportunidade para que juntos possam se reinventar. Os alunos aprendem os conteúdos com os professores e os professores, aprendem com seus alunos, como por exemplo, mexer nas ferramentas de comunicação.

“O nosso aluno é jovem e antenado com as tecnologias ele também nos auxilia em alguns momentos. Acaba sendo uma troca e um novo momento para aprender coisas novas, nos reinventar, enquanto profissionais”, salientou.

Impactos com a mudança de rotina

A pandemia da covid-19 trouxe também fortes impactos com a mudança da rotina da população, mudanças de comportamentos, além do clima de apreensão com relação á contaminação pelo vírus. Com os professores, não foi diferente. Daiane relatou que as mudanças, além de desafiantes, tornaram o cotidiano do professor ainda mais cheio de atividades.

“Entraram coisas novas, como a edição do vídeo, a gravação do vídeo, a montagem dos slides. E, aquilo que não era muito próprio da nossa rotina acabou nos tomando um novo tempo, mais uma parte do nosso tempo que é dedicada a esse processo de produção desses conteúdos para as aulas. A mensagem que eu digo para os professores é que precisamos ser fortes e estar fortes para manter a nossa mente sã, buscar novos aprendizados e fazer com que todo esse trabalho se reverta em conhecimento para os nossos alunos, de fato. Eu parabenizo todos os meus colegas professores que estão nessa batalha e estão dividindo as angústias e os avanços com esse novo momento”, concluiu.

Recesso de dez dias

O Sindicato das Escolas Particulares de Feira de Santana determinou um recesso de dez dias para as atividades escolares. A professora Everilda Sampaio, que é diretora de uma escola particular da cidade, frisou que a decisão do recesso no mês de outubro, foi em virtude do desgaste causado pela pandemia tanto nos alunos, como nos profissionais da área de educação.

Foto: Arquivo Pessoal | Professora Everilda Sampaio, diretora de uma escola particular

“O recesso foi necessário porque os professores e alunos, familiares, principalmente, sofrem um desgaste maior nesse modelo remoto. Entre os sindicatos foi feito um acordo em dividir o recesso do meio do ano em duas partes e isso favoreceu o descanso dos professores, dos alunos, uma vez que esse modelo remoto, traz um desgaste físico e emocional maior. Então foi por isso que nós optamos, os sindicatos optaram em dividir o recesso em duas partes”, explicou.

A professora também parabenizou a todos os colegas pela passagem do dia 15 de outubro e frisou sobre a capacidade da categoria em encarar e superar todos os desafios impostos pelo ano de 2020. 

Inscrever-se
Notificar de
0 Comentários
mais recentes
mais antigos Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários