Orisa Gomes
O deputado federal Zé Neto (PT) é o segundo entrevistado pelo Acorda Cidade, na rodada com candidatos a prefeito de Feira. Em participação de 45 minutos no programa de rádio, nesta quarta-feira (14) ele fez críticas a atual gestão do município, ressaltando que não corresponde às demandas da cidade, em parte por ações ultrapassadas, outra, por falta de diálogo com as representações sociais e governo do estado. O candidato também frisou que se sente preparado para comandar Feira de Santana, com atenção as vozes diversas e prometeu, dentre outras ações, estruturar o conselho social, bem como criar o conselho econômico e centros de atenção à saúde.
Com 56 anos de idade, Zé Neto é feirense, casado, pai de duas filhas, advogado formado pela Universidade Federal da Bahia (BA). Foi o vereador mais votado de Feira de Santana, em 2000, deputado quatro vezes, foi presidente da Comissão de Meio Ambiente, Comissão de Justiça líder de governo por oito anos e se diz preparado para, neste momento, ajudar a cidade a “construir um caminho diferente”. “Costumamos dizer que a frase é ‘já deu’. São mais de 20 anos desse grupo e estamos preparados para ouvir mais a cidade”, afirmou durante a entrevista. Leia na íntegra:
Acorda Cidade – Quais são as propostas do senhor para governar Feira de Santana?
Zé Neto – Vamos estruturar o conselho social e criar aqui um conselho de desenvolvimento econômico, onde a gente possa ter essas duas mesas importantes com a cidade. Ouvir o que se passa nos distritos, na produção rural, no dia a dia dessa construção social, que vão desde as dificuldades do Minha Casa, Minha Vida, que é um grande projeto que nós tocamos aqui na cidade: são 52 mil casas. Esse Conselho tem que refletir nesse desenvolvimento do campo e entender que somos uma cidade que depende muito da zona rural de produção e que precisa de atenção. Você vai nos distritos hoje e não encontra nem sinal de celular e ainda tem uma situação que parece que estamos no século XVIII, que são as dificuldades com as estradas, escolas, atenção social e atenção do dia a dia.
Na parte econômica, precisamos de um grande projeto de Desenvolvimento. Quando o governador decidiu encerrar o Centro Industrial do Subaé (CIS), era para construir com o município e isso foi feito. Tenho aqui três reuniões realizadas com o município, a última ano passado, para construir uma política de desenvolvimento com Feira e a região. Precisamos de um escritório de desenvolvimento com o estado participando disso, mas que ele possa ser construído principalmente em Feira de Santana, que é polo de desenvolvimento na região, e precisamos que esse conselho construa uma política para garantir o desenvolvimento do comércio e da indústria. Isso precisa ser conectado com o Governo do Estado e não nesse puxa e estica.Ouvi aqui (no programa Acorda Cidade) ontem a entrevista do prefeito, que é desnecessário lembrar que não está se comunicando com o governo do estado e é isso que ele estava lembrando. A gente precisa fazer essa conexão com o governo do estado e com o governo federal.
No dia 18 de setembro ano passado, houve um congresso no aniversário de Feira e o quanto foi importante a gente caminhar juntos. Não fomos apenas comemorar o aniversário, fomos nos gabinetes de senadores, deputados, independentes de partidos, e trouxemos três vezes mais emendas parlamentares para a cidade, numa tarde. Inclusive, o prefeito estava lá também. Essa ação de defender a cidade precisa estar acima de qualquer disputa ideológica e partidária. A gente tem que começar a entender, que para que a gente possa construir isso, precisamos medir logo o quanto de tarefas importantes temos, principalmente em setores estratégicos na cidade.
A Saúde municipal é uma situação calamitosa, enquanto estamos com o Clériston II, Hospital da Criança com 240 leitos, tratamento de câncer, de cardiologia, estamos com UPA, sendo a maior do estado, teve outras duas UPAs também que foram trazidas pelos nossos projetos do Governo Estadual com Federal… Quando estamos trabalhando para que as coisas venham a acontecer, como está a pleno vapor a Policlínica Regional, do outro lado a gente tem uma atenção básica totalmente depreciada e distante da realidade que a gente precisa.
Têm os agentes de saúde, que para que eles tivessem um salário base, tiveram que ir pra justiça brigar quase três anos. Agentes de endemias da mesma forma. A atenção básica vai ser ponto importante na minha gestão, porque estamos falando em prevenção. Se não tem cuidado com as pessoas, se não tem médico no dia a dia, ambulatório… tem que cuidar das pessoas. O Clériston acaba sendo o ponto de chegada, quando, na verdade, tem um Hospital que não se tem mais o que fazer, por conta de um tratamento ambulatorial e de atenção básica muito ruins. Precisamos reformular e criar centros de atenção à saúde, para cuidar das pessoas antes que eles precisem ir ao hospital.
A gente tem que ter uma saúde na qual façamos uma reformulação de valorização dos profissionais e não podemos mais deixar de entender a grande importância que temos na valorização profissional, nem só da saúde, mas todos os profissionais no quadro de carreira do município. Qualificar, melhorar salário, aprimorar, para que possamos construir aqui, um hospital geral municipal, que possa responder e ajudar o Clériston Andrade em cirurgias ortopédicas gerais menores.
Hoje, temos um terço das cirurgias que se fazia há seis anos. Que a demanda cresceu, todo mundo sabe. Enquanto estávamos trabalhando para ajudar o Dom Pedro de Alcântara como ajudamos e várias vezes lutei. O Dom Pedro hoje tem Planserv, fomos nós que ajudamos, trouxemos dois núcleos de câncer que estão funcionando. Temos um credenciamento de cardiologia que foram do nosso governo também. Temos um Dom Pedro funcionando com dez leitos de UTIs, que foram nós que ajudamos a trazer. Tudo isso acontece no mesmo tempo em que o Dom Pedro, que tinha uma boa situação de obstetrícia, fechava. Fecharam o pronto socorro do Dom Pedro. Enquanto o governo do estado avança, do lado de cá a saúde do município está muito distante da realidade que precisamos ter.
Transporte coletivo também é uma situação difícil, a gente precisa resolver isso. A gente tem, neste momento, uma situação que precisa ser enfrentada. Você vê aí agora o BRT, por exemplo, está todo mundo de olho no que vai acontecer em cima da eleição, um projeto que já está aí desde 104. Não sei se você lembra, em 2014 e o BRT tinha que ligar o Tomba ao Centro da cidade, a Uefs até o centro. Inclusive, o ex prefeito disse na inauguração que seriam 18 minutos da Uefs ao Tomba e o BRT está sendo entregue parcialmente, totalmente distante da realidade do que a cidade precisa.
Precisamos retomar o transporte de vans, rever todas essas licitações do transporte coletivo de Feira, a gente precisa encontrar um caminho que possa conectar o transporte de ônibus e fazer com que o Conselho Municipal de Transporte funcione. Que não seja apenas para aumentar as passagens, mas para discutir acessibilidade, presença de ciclistas que hoje é um modal e é visto com carinho e respeito, que tenha lá também taxistas, representantes do Uber, das vans, de todos esses autores do transporte coletivo da cidade, para que nós possamos discutir anualmente, mensalmente, todas as dificuldades que temos no transporte em nossa cidade e pensar como nós vamos recompor ou avançar nesse projeto do BRT que, até aqui, é mais uma fraude do que um projeto que venha a atender o que precisávamos.
A gente tem muita coisa. A manutenção da cidade? Tem que ser totalmente reformulada. Vamos dar um banho de asfalto na cidade. Mas não adianta isso, se não construir um sistema de manutenção permanente, moderno, eficiente, com telefones à disposição da população, linkados com as grandes dificuldades. Agora de forma muito eleitoreira até, em cima da hora, estão tentando construir caminho que não tinham, precisamos fazer uma reconstrução da cidade do ponto de vista dessa dinâmica de manutenção, com respeito aos códigos de obra, a normatização urbana da cidade, absorvendo todos os valores da modernidade de acessibilidade, de mobilidade, para que possamos construir um caminho que seja em condições diferentes da nossa realidade hoje, depredada.
A educação municipal, estava vendo aqui, eles contrataram uma cooperativa chamada Confiança, agora em março, pagando três mil e quinhentos e poucos reais por cabeça, 330 pessoas foram contratadas, para receber mil e poucos reais. A gente se pergunta como vai continuar essa história das cooperativas. Ao mesmo tempo, corta salário de estagiário, corta salário dos professores, passa seis meses para entregar a merenda escolar e não tem nenhum diálogo para os professores, que estão construindo na ponta a educação. Não dá para admitir que o prefeito do município seja inimigos dos professores, tem que dialogar, construir um caminho que faça um caminho didático e de melhorias.
AC – Como é esse centro de atenção à saúde?
ZN – Na verdade, quando você vai para um processo de construção em saúde adequada, tem que cuidar do paciente logo cedo. Tem que chegar no centro e saber qual é a alimentação adequada para ele. Uma senhora que tem um problema de diabetes, ela vai ter a medicação e a alimentação e ainda vai ter um exercício físico, para ela fazer duas vezes na semana, no mínimo, isso no mesmo local.
Precisamos alavancar a saúde do nosso município e melhorar a vida das pessoas. Feira de Santana teve meses de gastar quase 70% dos seus recursos com alta hospitalar. Mas não era pra gastar com o hospital, porque não tem o hospital geral que nós vamos construir, mas com exames especializados. É um absurdo o que Feira gasta com ressonância, exames de imagem, mamografias e por aí vai. Virou uma moeda da política, para alguns fazerem disso o toma lá dá cá, de importância maior, mas quando você chega no dia 14 de qualquer mês, para encontrar uma radiografia, um exame de sangue é uma dificuldade. O interesse mercantil está acima dos interesses de saúde do município.
Não é à toa o que houve com as cooperativas, mas não sou eu que vou dizer aqui o que aconteceu com desvios financeiros, absurdos. Não tinha no município um foco, para atenção às pessoas. Cuidar do ser humano, principalmente os mais carentes. Não adianta esperar o Clériston Andrade. Nos próximos dias, o resto vai abrir, os leitos novos do Clériston II de UTI e cirurgia para funcionar para a população, porque estão reduzindo números da covid. Mas isso, vai ser um pouco lá na frente, se não tiver uma atenção básica, de cuidado com as pessoas, para que elas possam ter um atendimento melhor e não precisar ir ao Hospital.
Outra coisa, é que a saúde também tem outro momento. As pessoas tem um problema, vão fazer uma cirurgia no Clériston, quando voltam, não têm atendimento posterior. O pós-atendimento também precisa de atenção básica. Uma atenção que vai fazer com que no dia a dia, a pessoa tenha um agente comunitário cuidando dela, um médico da saúde da família cuidando e isso nós não temos. Uma das coisas que mais ouvi na periferia e ouvi em todos os distritos, as pessoas não têm consulta médica, que é uma coisa barata do ponto de vista do que se gasta hoje em Feira com exames especializados. Você precisa de consulta médica para que? Para acompanhar o paciente. Grande parte dos pacientes que chega no Clériston, fora aqueles que vem por acidente, motociclistas, que são muitos, foram acidentes de automobilismo ou tiros, ocorrências violentas, grande parte desse atendimento vem de pessoas que têm diabetes, hipertensão, problema de coração, de rins. Tudo isso que poderia ser amenizado com tratamento e acompanhamento no centro integrado de saúde, que vai melhorar, e muito, a saúde das pessoas em nosso município.
AC – Qual é a maior dificuldade que o senhor imagina para governar uma cidade do porte de Feira de Santana?
ZN – Precisamos colocar tecnologia na saúde. Regulamentamos em Brasília a questão da telemedicina. Saber que cada paciente tem que estar dentro do sistema de saúde controlado e tem que ter o acompanhamento dos pacientes graves, menos graves, passo a passo a vida dessas pessoas, com o cuidado adequado.
Uma cidade dessa tem uma enorme dificuldade administrativa hoje. Feira é grande demais. Não sei como eles conseguem tocar as coisas, tocam mal, inclusive, sem ouvir, sem dialogar, sem perceber a importância que é fazer uma audiência pública pra valer. A gente fez uma audiência pública, quando fomos construir a lagoa grande e caminhamos fazendo com que as pessoas pudessem ser ouvidas. Era uma obra difícil, porque tinha ali umas 900 famílias que foram todas elas relocadas com sucesso.
Quando fomos construir a Ayrton Senna, fizemos audiências públicas e, infelizmente, no final, a prefeitura entrou na frente e deixou um ano e oito meses a gente sem poder fazer a última parte e fez uma Ayrton Senna menor do que o que era pra ser feita. Quando a gente foi fazer a Nóide Cerqueira, fizemos 9 audiências públicas e 14 mudanças na avenida. Aquele Shopping na Nóide não iria existir, se não fossem as audiências públicas, porque a curva passava por cima do shopping, ia para a Artêmia praticamente e voltava depois pelo corredor dos Araças. A gente ouvindo a população, que disse porque fazer uma reta, e ouvindo isso, foi feito uma reta que hoje é a reta de 2,7 km.
Acho que a dificuldade que encontramos no município é não ter essa capacidade de ouvir a população e construir câmaras técnicas. Isso tem que ser feito com maturidade, com responsabilidade e longe de qualquer interesse ideológico. O momento de debate é agora. Aprendi isso com o senador (Jaques) Wagner e nosso Rui correria (governador Rui Costa). Quando a gente senta na cadeira para governar, precisamos governar para todos com um olhar mais fraterno, para quem precisa. Só faz isso quem tem bom senso e capacidade de ouvir e construir com quem está na ponta, um caminho com técnicas, conselhos funcionando, ouvindo a juventude, ouvindo os idosos, construindo políticas públicas que possam traduzir o tamanho dessa cidade de gente trabalhadora, guerreira, uma cidade que tem uma coisa maravilhosa. Somos sertanejos e somos pretos, somos o recôncavo e o sertão, reunidos na mesma cidade, nessa energia positiva, do bem e a gente tem que pegar isso e traduzir em construções que possam realmente nos elevar a um patamar que não é o que estamos.
Essa semana estive com o pessoal de cavalgada. Disse a eles: “se preparem, porque Zé Neto prefeito, vamos construir a maior festa do cavalo do Nordeste em Feira, porque nós vamos ser ouvidos, vamos ouvir Silvério Silva, para construir uma semana lá no parque de exposições com corridas de cavalos, de jegues, com cavalgada saindo da lagoa grande”. Temos que fazer uma construção que reformule todo o tecido dessa cidade, para incluir as pistas de ciclismo, ciclovias, bicicletários, estacionamentos e tudo isso só vai construir, se tiver diálogo. Como temos que recompor a nossa Micareta? Ouvindo quem está na ponta, com antecedência, com maturidade, com abertura para valer. A Micareta é viável. Muitos lugares acabaram, porque não se aculturaram. A nossa não pode acabar, porque a nossa é a mãe de todas, é a primeira. Não tenho dúvidas da importância da Micareta nas grandes festas do estado.
Fazer um novo São João, como acho importante, que tem que ser um dos maiores do Nordeste. No comércio mesmo, converso muito com (Rei) Nelsinho, com Marcelo (Alexandrino), da CDL, e disse a eles que eles precisam conversar mais com quem está com a gente, com a cultura da cidade, que é uma cultura extraordinária. Temos uma musicalidade, um teatro, uma formulação maravilhosa. Vamos fazer o quê? Pegar o mês que tem o Liquida Feira e, na última semana, sabe o que a gente constrói com o município e com quem está na ponta da cultura? Uma virada cultural. Uma semana iluminada, o comércio funcionando até 22 horas, a gente virando a noite com vários eventos, com a Neojibá, que tenho orgulho de ter trazido a indicação, com os balés, com as músicas, capoeira, cultura, com o dia a dia da cidade. Para que façamos com que a cidade volte a se encontrar. Precisamos encontrar com quem nós somos, esse encontro de amor pela cidade, encontro de pessoas que precisam esquecer a política e pararem de encarar como perseguição. Aquele ódio, não sei quanto a gente perde com esse ódio de alguns que estão no poder e acham que precisa odiar o outro. Passo o dia recebendo fake e mostrando a minha filha o que o pai dela enfrenta. Falei pra ela ficar tranquila e de cabeça erguida, que estamos fazendo o certo. Tenho uma vida limpa, tenho minhas 18 certidões, não tenho nenhuma queixa na polícia, não tenho nenhuma conta desaprovada, nenhum patrimônio bloqueado. Não tenho nada no ponto de vista da ilegalidade e nem nenhuma instância nem trabalhista nem eleitoral. Posso dizer que estou com os pés no chão, preparados para ouvir a cidade e poder refletir um caminho mais justo, mais próspero para nossa gente.
AC – Na última campanha, o senhor apresentou o Trivia e falava-se muito em transporte coletivo na cidade, muitas reclamações. O senhor acredita que daria certo?
ZN – Tinha o Trivia, que virou o BRT, mesma coisa. Trivia é por cima, BRT por baixo. O trivia era uma alternativa que tínhamos que fazer para melhorar os polos da cidade. Hoje, o que é viável na cidade é recompor o transporte complementar de vans com eficiência, trazer tecnologia para a cidade, usar a tecnologia e fazer a integração do transporte com que o Conselho Municipal possa funcionar para valer. Temos que recompor todos esses sistemas de transporte coletivo na cidade. Hoje, é outra história. Precisamos modernizar com o que nós temos e interligar os bairros, o centro da cidade. Fui eu um dos que mais lutaram por recursos para o BRT chegar. O BRT chegou e foi totalmente abandonado, é uma fraude. Tem que interligar, fazer o transporte funcionar e, nesse instante, vai ser uma peça fundamental o conselho.
Acidade precisa se modernizar e valorizar sua cultura. Valorizar os técnicos que temos hoje no quadro da prefeitura. Temos bons engenheiros, bons arquitetos, que conhecem demais a cidade. O que não pode no transporte e trânsito é não haver engenharia, pesquisa, nem dados e nem tecnologia, porque, com isso, conseguimos o desenvolvimento da nossa Princesa do Sertão.
AC – Quais são as considerações finais do senhor?
ZN – Quero dizer da importância desse momento para todos nós da cidade. Eu quero governar minha cidade sim e me preparei para isso. Precisamos ouvir, como eu disse, aqueles que, de forma muito viva, estão presentes no dia a dia. Tenho uma articulação no governo do estado. Nosso governador Rui disse uma coisa muito importante, que aqui vai ser a correria dobrada. Essa correria dobrada vai fazer com que a cidade possa desenvolver ainda mais.
Tive uma articulação em Brasília e essa ida foi muito importante. Hoje, sou representante da oposição em desenvolvimento econômico, sou coordenador. Conheço de perto as questões econômicas do nosso país e posso dizer que tenho feito um desafio: se algum desses políticos, principalmente os que estão no poder tiverem 25% do tempo que eu disponibilizo para dialogar com os setores todos da cidade, principalmente com os setores econômicos… Porque a gente pensa: “Zé Neto é um representante dos desenvolvedores de massa, todo mundo conhece a minha relação com ambulantes, com o Centro de Abastecimento, que tenho o maior carinho e maior amor. Quero primeiro ir ao Centro de Abastecimento, como prefeito, para fazer uma radiografia com tudo que tem ali, porque o centro de abastecimento vai ser o grande altar para a cultura da nossa cidade.
Quero dizer que é com o diálogo que vamos fazer com que o setor econômico se integre mais com a cidade. Alavancar associações com a juventude, cultura, transporte, daqueles que vivem de forma muito viva. É incrível como a cidade é viva, vibrante, tem uma imprensa participativa e tem um município tão distante da realidade, que precisa fazer com o dia a dia de cada cidadã e cada cidadão.
O sistema está ultrapassado. Não dá mais para o mesmo sistema enfrentar, como está sendo enfrentado o desafio de tocar uma cidade que vai chegar a 700 mil habitantes. Uma cidade que deve ter o comportamento de cidade pólo. Feira de Santana é a única que não participa das 18 cidades da região que não participa do consórcio Portal do Sertão. Depois, ainda tem alguém reclamando de participação e de construção de uma região metropolitana.
A gente tem que fazer com que essa cidade seja a grande capital dessa região, sim, com uma construção de um escritório de desenvolvimento integrado com o Portal que já funciona em toda a região. Precisamos conectar município e estado em todas as ações, que vão da segurança pública para a saúde e educação.
Me sinto preparado para governar a cidade que amo, que nasci e me criei. A cidade que professora Zizi e Maria, minha mãe, têm grande referência de luta. Estou preparado demais, com 56 anos, pai de Maria e de Luíza, casado com Naiana, filho de Zizi, com meus irmãos e amigos ao meu lado e com minha cidade esperando de um prefeito uma condição administrativa que possa ampliar os horizontes dessa que eu não tenho dúvida que vai ser uma das maiores cidades do Brasil, porque vamos construir juntos. A música da nossa campanha diz muito claramente. A parte da música, quem escreveu fui eu. Disse ao pessoal que faltava algumas coisinhas para encher a canção “ouvir mais, se ver mais e construir uma Feira melhor” é isso que a gente quer para a nossa cidade amada, a Princesa do Sertão.
O entrevistado desta quinta-feira (15) é o radialista, ex-deputado estadual e ex-ouvidor do estado, Carlos Geilson (Podemos).
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Colaborou a estagiária Maylla Nunes