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Nesta terça-feira (29) é comemorado o Dia Mundial do Coração e um dos fatores de risco das doenças cardiovasculares que têm se tornado prevalente nos últimos anos é o excesso de peso. De acordo com a médica cardiologista, Mariana Falcão, mais da metade da população brasileira está acima do peso e um terço está com algum grau de obesidade. Ela alerta que é importante combinar uma dieta balanceada e a prática de exercícios físicos para o controle do peso e dos fatores de risco que podem desencadear o surgimento de diversas doenças.
Para ajudar a entender melhor a obesidade, a cardiologista destaca alguns mitos e verdades sobre a doença.
A obesidade é uma doença de tratamento contínuo
Verdade – Assim como o diabetes e a hipertensão, a obesidade é uma doença crônica e, portanto, necessita de tratamento específico e de longo prazo. Em graus mais leves, pode não causar sintomas, por isso muitas vezes as pessoas adiam o tratamento.
Doença do refluxo não tem relação com obesidade
Mito – A obesidade aumenta a chance de doença do refluxo por duas razões: causa aumento da pressão dentro do abdômen e enfraquece a válvula que separa o estômago do esôfago, cuja função é justamente impedir o refluxo do alimento.
A obesidade aumenta a chance de desenvolver trombose e embolia pulmonar
Verdade – obesos têm risco duas vezes maior de trombose e embolia pulmonar do que os não obesos. O excesso de peso dificulta a circulação sanguínea, além de provocar um estado inflamatório que facilita a formação do coágulo no interior dos vasos.
Após iniciar a dieta, perder peso se torna cada vez mais fácil
Mito – Manter-se magro é muito mais difícil do que perder peso após o início de uma nova dieta, e o motivo é simples: o processo de emagrecimento retarda o metabolismo e aumenta a sensação de fome para que o 'estoque de energia' do corpo seja recuperado.
Pessoas obesas têm mais chance de desenvolver cirrose
Verdade – Obesos com excesso de gordura abdominal exibem graus diversos de esteatose hepática (gordura no fígado). Um terço deles, posteriormente, evoluirá com inflamação do fígado e cirrose hepática (mesmo aqueles que não consomem bebida alcoólica).
A obesidade não está relacionada aos hábitos familiares
Mito – Hábitos familiares influenciam (e muito!) a nossa alimentação, até mesmo após idade adulta. Alimentar-se assistindo TV, consumo de alimentos industrializados, dieta pobre em frutas e verduras são costumes aprendidos pela criança na convivência com seus pais.
A obesidade está associada a diversos tipos de câncer
Verdade – Pacientes obesos têm maior chance de evoluir com câncer de endométrio, mama, fígado, esôfago e cólon. Enquanto o tabagismo diminuiu como fator de risco para o câncer, a obesidade apresenta uma tendência de crescimento como causa da doença.
Acompanhamento psicológico não faz parte do tratamento da obesidade
Mito – A obesidade é um transtorno alimentar e, portanto, necessita de acompanhamento psicológico para auxiliar na mudança de hábitos, no tratamento de compulsões alimentares e da ansiedade/depressão que muitas vezes estão associadas ao quadro.