Rachel Pinto
Mais uma operação da prefeitura de Feira de Santana para a retirada das barracas dos camelôs do Centro da cidade foi realizada, na manhã desta sexta-feira (25). A ação ocorreu na Rua Libânio de Morais, que fica na lateral e no fundo do Mercado de Arte Popular (MAP), e na Praça do Nordestino. As barracas foram removidas para um depósito da prefeitura, no bairro Campo do Gado.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
O barraqueiro Rosevel Mascarenhas, que trabalha há 20 anos ao lado do Mercado de Arte, vendendo CDs, DVDs, acessórios para celulares e sombrinhas, foi um dos camelôs que teve a sua barraca removida. Ele disse ao Acorda Cidade que espera que a nova realidade de trabalho dele e de muitos colegas no Shopping Popular seja construtiva, mas receia encontrar algumas dificuldades. Na opinião dele, depois da carência de oito meses para o pagamento das mensalidades dos boxes, será difícil para que muitos camelôs possam se manter trabalhando e é preciso que, até lá, a prefeitura busque alternativas para ajudar a categoria.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
“Todo começo é difícil, mas vamos romper e construir naquele local um grande setor comercial. Espero que todo mundo comercialize sua mercadoria numa boa. Porém, quando vencer essa carência será um momento crucial e, com certeza, muitos colegas meus não terão condições de resistir. Espero que o gestor da cidade reveja uma nova realidade para os nossos comerciantes. Se eu tivesse pagando atualmente o que eles exigem, ficaria em torno de R$600. É um preço muito sacrificante e eu não iria aguentar. Para mim, o preço ideal que teríamos condições de pagar seria em torno de R$ 200. Não seria sacrificante para ninguém e eu fico triste de saber que muitos colegas poderão ficar fora do campo de trabalho”, comentou.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Para Roseval, o problema não é a mudança para o Shopping Popular, e sim as taxas e mensalidades que os camelôs terão que pagar. Ele defende que haja uma redução nesses valores, de forma que seja viável para os camelôs, não dê prejuízo para o dono do empreendimento e a prefeitura não se desgaste neste processo de mudança.
O secretário municipal de Prevenção à Violência, Moacir Lima, que está acompanhando a operação de retirada das barracas do Centro comercial, informou que a operação na Rua Libânio de Morais ocorreu de forma tranquila e houve uma pequena manifestação sobre a retirada das barracas da Praça do Nordestino.
Ele frisou que a prefeitura não quer criar problemas, quer trabalhar de forma pacífica e que o trabalho continua até que a última barraca do centro comercial seja removida.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
“Queremos fazer o nosso serviço e vamos fazer. Não vamos brigar com ninguém. Vamos avançando até tirarmos a última barraca”, acrescentou.
Moacir Lima informou que na Praça do Nordestino foram retiradas, hoje, 13 barracas e, anteriormente, já foram removidas 8 barracas. Na Rua Libânio de Morais, ele não soube precisar o número exato de barracas retiradas, mas frisou que foram muitas e que este levantamento de todas as barracas retiradas é feito pela Secretaria de Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico (SEDTTEC).
Fotos: Paulo José/Acorda Cidade
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.
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