Feira de Santana

Amigos, artistas e familiares se despedem do cantor Tay da banda Chicana

O irmão disse que Tay tinha ido pra cidade de Candeal fazer uma live e que ficou sabendo através de terceiros que ele tentou fazer uma ultrapassagem, bateu no fundo de um caminhão, perdeu o controle e capotou o veículo.

Daniela Cardoso e Ney Silva

A morte por acidente de veículo do cantor Tarcisio Freitas, Tay da banda Chicana, ocorrida na tarde de ontem (19) deixou de luto a música baiana. Neste domingo (20), familiares, amigos e artistas foram ao Centro de Velório Gilson Macedo para o último adeus a Tay.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

O irmão de Tay, Geovane Freitas, conhecido como Dídio, informou ao Acorda Cidade que ficou sabendo do acidente por volta das 15h30, através de uma ligação. “Recebi uma ligação, mas estava muito ruim e senti já uma angústia mesmo sem saber do que se tratava. Quando a ligação caiu, esperei o retorno, eu estava nas imediações da Fraga Maia. A pessoa perguntou quem tava falando e informou sobre o acidente, informou que ele havia morrido no local”, contou.

Dídio lamentou a morte do irmão, com quem tinha uma forte relação de amizade e amor. Ele ainda relembrou a perda do pai, no ano de 2005, episódio que fez os irmãos se aproximarem ainda mais. “Por que as pessoas que querem o bem, que pregam a verdade estão indo logo embora? Porque não ficam pra ensinar outras pessoas? Fiquei sem chão com essa notícia. A gente era muito unido, sempre um com outro e não vou ter mais o abraço, o carinho dele. Em 2005 perdemos nosso pai. Na época eu abandonei o rádio pra cuidar do meu irmão, tinha ele como filho, sou mais velho que ele 10 anos.”

Dídio disse ainda que o irmão tinha ido pra cidade de Candeal fazer uma live e que ficou sabendo através de terceiros que Tay tentou fazer uma ultrapassagem, bateu no fundo de um caminhão, perdeu o controle e capotou o veículo. “Talvez estivesse sem cinto, mas não sabemos ao certo. A pancada foi na cabeça e ele quebrou o pescoço. Agora como é que fica? Ele estava preparando o novo CD. Ontem a noite fui buscar os documentos dele em Salvador e vi várias músicas em cima da cama dele, com canetas, rabiscos. A casa toda arrumada, ele reformou a casa toda e não vai morar lá”, lamentou. 

A cantora Márcia Porto lembrou que Tay era uma pessoa muito intensa, que amava viver, amava a arte e vinha sonhando em fazer o CD autoral e lançar um livro. “A gente tinha conversado sobre o trabalho dele independente e acabou não dando tempo. Ele até mandou alguns poemas pra amigos e quando a gente ouve os poemas, entende o amor que ele tinha pela vida e de repente a vida leva ele e a gente fica sem chão. Peço a todos que orem por ele, pra que o espírito dele tenha paz , com muita energia de amor.”

Além de colega de trabalho, Márcia Porto lembra que Tay era um amigo. “A gente compartilhava sonhos. Ele era um homem muito grande por dentro, um homem de espírito iluminado. Ele tinha vontade de ajudar as pessoas, o mundo e a gente fica triste com essa perda. É um momento muito doloroso pra todos nós”, disse.

O prefeito Colbert Martins da Silva Filho também esteve no velório e prestou solidariedade a família do cantor. “Ontem por volta das 15h30 eu passava na BR-116 norte quando vi um carro capotado na vegetação e mais dois carros parados com pessoas descendo. Na volta, cerca de 18h, tinha uma viatura da PRF no local, paramos e tivemos a informação de quem se tratava. Vim trazer os pêsames para a família. A música baiana e feirense perde. Pra morte não temos escolha, são desígnios de Deus”, afirmou.
 

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