Rachel Pinto
Os professores da rede municipal de ensino e representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (APLB), ocuparam a sede da Procuradoria Geral do Município (PGM) na manhã desta quarta-feira (2), para reivindicar contra o corte de salários dos meses de abril, maio, junho e agosto. Os professores entraram com uma liminar no Tribunal de Justiça para que a prefeitura pagasse os valores cortados, conseguiram o pagamento integral do salário de julho, mas posteriormente a liminar foi suspensa. A prefeitura alega que os cortes são referentes as horas extras e deslocamento que não aconteceram devido a suspensão das aulas durante a pandemia da covid-19.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
No dia 26 de agosto houve uma reunião entre gestores e os professores e a sugestão foi que os professores realizem atividades remotas para que o pagamento seja realizado.
A presidente da APLB, a professora Marlede Oliveira, disse ao Acorda Cidade que a categoria foi até a procuradoria hoje porque essa situação ainda não ficou resolvida e que os professores querem uma resposta. De acordo com ela, houve cortes de até 70% no valor dos salários e vários professores estão endividados e passando dificuldades financeiras. Ela frisou que o sindicato aguarda um posicionamento do prefeito e do secretário municipal de educação, Marcelo Neves.
“Os professores estão cansados de esperar uma resposta do governo e a decisão do corte é política. O prefeito que decidiu. Cortou abril, maio e junho e a gente teve uma liminar na justiça em julho, mas agora cortou de novo em agosto. O prefeito precisa dar uma resposta, não tem justificativa o corte de salários de professores de Feira de Santana. O procurador Moura Pinho disse que não resolve e a questão só com o secretário e com o prefeito. Estamos aguardando apareceram para poder dizer como é que vão resolver e que dia vão devolver o salário dos professores. Segunda-feira fomos procurar o secretário e não tivemos resposta, fecharam os portões e é esse o tratamento que o governo dá a categoria”, declarou.
Marlede pontou que são vários problemas que afligem os professores, entre eles, não houve reajuste, não teve enquadramento, nem teve mudança de referência.
O procurador do município, o advogado Moura Pinho revelou que conversou com os professores com a intenção de ajudar, de abrir um diálogo, que foram construídas algumas contrapartidas, mas que ainda não há uma solução para o impasse.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
“Estabeleci inicialmente um diálogo com o professor Marcelo Neves e ele concordou da gente tentar abrir essa negociação. Ele construiu algumas contrapartidas a serem prestadas pelos professores mediante o estabelecimento das aulas suplementares, porque o adicional de deslocamento não há condição de se pagar porque esse adicional tem referência a um deslocamento que o professor faz quando está em atividade e ele não está se deslocando para lugar nenhum. Não tem como o município pagar o adicional de deslocamento e da mesma forma o suplementar que é alguma coisa que suplementa e se não está tendo a aula ordinária, como é que vai pagar a suplementação? Aí nós queríamos algumas atividades no sentido de que se justificasse legalmente esse pagamento, porque o prefeito não pode pagar porque os recursos do Fundef vieram. Não pode distribuir dinheiro para um trabalho que não está sendo prestado e por um deslocamento que não está sendo feito”, concluiu.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.
Leia também:
Governo faz proposta de atividades remotas e pode garantir salário integral dos professores