Acorda Cidade
Egressa de escola pública, a feirense Joelma Maia dos Santos, de 35 anos, sentiu na pele as dificuldades em torno da qualidade do ensino para que chegasse ao ensino superior. Sua trajetória sempre foi de muitas lutas e acreditando que a educação poderia transformar o mundo não desistiu de contribuir para a ciência no Brasil.
Foto: Arquivo pessoal
Moradora do bairro Queimadinha, ela formou-se em História em 2012 pela Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). Cursou mestrado em 2013 na Universidade do Estado da Bahia (Uneb), onde concluiu o mestrado em 2016.
Neste ano de 2020, Joelma foi aprovada no curso de doutorado no ISCTE Instituto Universitário de Lisboa, em Portugal, porém sem bolsas de estudo. Com o objetivo de alcançar mais este objetivo, ela criou uma vaquinha online para arrecadar custos que possam custear suas despesas de mensalidade, deslocamento e alimentação em Portugal.
“Durante meu percurso acadêmico meus textos giravam em torno no continente africano, mais especificamente da Guiné-Bissau, tema importante para entender questões étnico-raciais no país e também para contribuir com a Lei 2.639, que é uma lei que traz a obrigatoriedade de ensino de África e formações afro-brasileiras no ensino básico. Por isso eu escolhi Instituto Universitário de Lisboa. É um centro de referência para a minha área”, explica a estudante em vídeo.
As aulas iniciam em novembro e por não dispor de condições financeiras, ela pede ajuda da comunidade. Vários amigos estão lhe ajudando e realizando campanha através das redes sociais a sua meta é arrecadar 40 mil reais. Até o momento a vaquinha já arrecadou quase 18 mil reais.
Joelma contou ao Acorda Cidade que as maiores dificuldades relacionadas ao ensino superior foram com a manutenção dos custos de alimentação, passagem e material didático.
“Minha trajetória de vida é de mulher negra e periférica e conheço de perto as desigualdades geradas pela estrutura da sociedade. Condição que me levou a realizar todos os meus projetos com muita dedicação. Tenho dedicado a minha vida aos estudos africanos, tema de total interesse e relevância para entender questões étnico-raciais, sobretudo no Brasil”, disse.
Joelma relatou ainda que estava trabalhando como professora de reforço escolar, mas devido a pandemia suspendeu as atividades. No momento está parada e contando com a ajuda dos pais com quem mora.
Quem quiser contribuir com a vaquinha da professora pode doar através do link: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/ajuda-para-jolma