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Em um momento de união entre órgãos em favor da ciência, a solidariedade prevaleceu e deu origem ao projeto Tele Coronavírus, que reuniu estudantes de medicina voluntários para atender pessoas remotamente que tivessem sintomas ou dúvidas a respeito da Covid-19. Através do Disque 155, mais de 110.679 pessoas foram atendidas remotamente, quando receberam orientações médicas, evitando o risco de contágio ao sair de casa. Em seus 125 dias em operação, o serviço foi uma das medidas articuladas pelo Governo do Estado para diminuir o número de pessoas nas ruas e assim minimizar a quantidade de casos positivos da doença, enquanto centenas de leitos foram inaugurados ao redor da Bahia.
Apesar do encerramento do Disque 155, os serviços de atendimento à população continuam, de acordo com a secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), Adélia Pinheiro. “A disponibilidade do Tele Coronavírus permanece através do aplicativo Monitora Covid-19 em articulação com equipes de profissionais de saúde, atuando como promotores do bem-estar, identificando precocemente casos suspeitos da doença, facilitando o isolamento prévio desses casos e dos que são enquadrados como suspeitos”, disse. Ela também destacou o espírito de solidariedade e união de todos que fizeram parte do projeto. “Fica aqui o exemplo de que sempre que a sociedade precisar, a comunidade acadêmica, os profissionais de saúde, o poder público e os institutos de pesquisa estarão prontos para se reunir e atender à população”, complementou.
Além de prestar atendimento e tirar dúvidas por parte de profissionais capacitados, que estão nos últimos períodos acadêmicos do curso de medicina, o Tele Coronavírus também serviu para gerar dados e auxiliar no mapeamento de possíveis novos casos ao redor do Estado. De acordo com as informações divulgadas pelo último relatório do serviço, a capital segue com o maior número de atendimento com sinal de alerta, seguida por Feira de Santana e Lauro de Freitas. O secretário da Saúde (Sesab), Fábio Vilas Boas, celebra os resultados alcançados. “Precisamos parabenizar nossos voluntários, futuros médicos, que tiveram o espírito de solidariedade e tanto contribuíram neste momento em que toda a população precisava de ajuda. Após todo esse tempo em funcionamento fica claro como é importante manter esses entes, universidades, órgãos públicos, fundações, todos unidos em prol da população”, disse.
O secretário estadual do Planejamento, Walter Pinheiro reafirma a importância do trabalho. “Mesmo antes do coronavírus chegar na Bahia, iniciamos as tratativas com a Fiocruz para esta iniciativa, que deu uma contribuição fundamental, orientando as pessoas e mapeando dados que utilizamos para a estratégia de combate à pandemia. O envolvimento dos voluntários da área de saúde foi essencial para a qualidade e para o sucesso deste serviço”, destaca.
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A pesquisadora da Fiocruz Bahia e integrante da equipe que formulou o projeto, Viviane Boaventura destaca que “o projeto foi muito exitoso, tanto no aspecto assistencial quanto de educação para cidadania. Mais de 110 mil pacientes de 343 municípios da Bahia foram triados e cerca de 63% não tiveram necessidade de deslocar-se para unidade de saúde, reduzindo a circulação de pessoas doentes. Além disso, o projeto ajuda a criar uma cultura cidadã entre os futuros médicos voluntários, que prestaram um importante trabalho, ajudando a mitigar o impacto da epidemia no nosso estado”.
Um dos parceiros do projeto, a Diretoria de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fundação Estatal Saúde da Família (FESF-Tech) foi o responsável pela criação da plataforma de atendimento. “A FESF-Tech, ao ser convidada para contribuir no Tele Coronavírus, conseguiu entregar a primeira versão da plataforma em 5 dias, com a Ufba e a Fiocruz. Ao longo desses 4 meses, a plataforma está na 14ª versão. Neste serviço, a Fesf, parceira de primeira ordem do Governo do Estado, colocou em prática a sua missão institucional que é oferecer soluções inovadoras para o SUS”, detalha Alisson Sousa, diretor da Fesf-Tech.
Idealizado pela UFBA e Fiocruz Bahia, o Tele Coronavírus recebeu apoio do Governo do Estado, através das Secretarias de Saúde (Sesab), de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), do Planejamento (Seplan), de Segurança Pública (SSP), da Administração (Saeb) e da Infraestrutura (Seinfra). Também aderiram à ação as quatro universidades estaduais (Uneb, Uesc, Uefs e Uesb), a Escola Bahiana de Medicina, a FTC Salvador, a Unifacs, a Unime, a UFRB, a UFSB, a Associação Bahiana de Medicina (ABM) e a Fesftech, esta última responsável pelo desenvolvimento de uma plataforma que é alimentada pelos voluntários.