Feira de Santana

'O foco é manter os funcionários', diz dono de restaurantes em Feira de Santana

Em relação a demissões, o empresário Carlos Medeiros afirmou que, tendo como base o negócio dele e de amigos, o número é alto e tende a aumentar.

Acorda Cidade

Diante da situação de enfrentamento a uma crise mundial desencadeada pela pandemia do coronavírus, os microempreendedores de bares, restaurantes e outros empreendimentos da área de alimentação sentem os impactos. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o brasileiro gasta cerca de 25% de sua renda com alimentação fora do lar. Em números reais, a Associação de Bares e Restaurantes (Abrasel) aponta que o setor movimentou cerca de 3,08 bilhões de reais em 2019 e 2,93 bilhões de reais em 2018. Em 2020, o cenário é totalmente diferente.

Dono de restaurantes em Feira de Santana, o empresário Carlos Medeiros diz ao Acorda Cidade como o setor está se mantendo nesse novo cenário. Segundo ele, a situação é muito delicada e o grande foco no momento é manter os funcionários na expectativa de uma retomada das atividades.

“Ganhar dinheiro nesse momento é praticamente uma utopia, aqueles que não tinham reserva já estão passando por necessidade. Muitas empresas, principalmente as pequenas, fecharam as portas. As que estão trabalhando em delivery tiveram o faturamento reduzido drasticamente. A conta que eu faço é que está entre 60 e 90%. Minhas lojas, por exemplo, uma está totalmente fechada, então é zero de faturamento, e a outra está faturando 10% do que faturava anteriormente. Com esses números não consegue nem manter a folha de pagamento”, afirmou.

Em relação a demissões, o empresário Carlos Medeiros afirmou que, tendo como base o negócio dele e de amigos, o número é alto e tende a aumentar. Ele afirma que demitiu metade dos funcionários e a outra metade só conseguiu manter devido a Medida Provisória 936 do governo federal, que permite a suspensão temporária do contrato de trabalho ou a redução da jornada e salário. O empresário afirma que se esse apoio terminar, a situação vai ficar muito crítica.

“A gente sabe que a retomada não vai ser fácil. Então nesse momento é essencial negociar os custos como aluguel, fornecedores, funcionários. Na outra ponta é preciso estar atento ao protocolo de abertura do segmento, assim que for autorizado, pois o cliente não vai abrir mão nem da segurança e nem da qualidade. Trabalhar com delivery e para retirada é quase uma obrigação nesse novo cenário . É importante fazer um planejamento de receitas futuras e verificar a necessidade de crédito para passar por esse momento tão conturbado, pois a retomada será gradual é lenta”, destacou.

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