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Ninguém quer adoecer e, por isso, as medidas de prevenção contra a Covid-19 são, sem dúvida, o grande destaque quando se fala sobre a doença. Mas o que acontece quando a pessoa já está infectada pelo novo coronavírus? Como se dá o tratamento e em quanto tempo é possível chegar à cura? Segundo a infectologista do Hospital Santa Lúcia, Marli Sartori, esta resposta ainda é incerta e depende, sobretudo, da gravidade do quadro de cada paciente.
“Os casos da doença se dividem em assintomáticos, leves, moderados e graves. Os dois primeiros representam 80% da população infectada, os moderados somam 15% e os graves, 5%”, explica.
De acordo com ela, nos pacientes que evoluem com complicações moderadas e precisam de internação e oxigenoterapia, por exemplo, o tratamento pode durar até três semanas desde o início dos sintomas. Já nos casos graves, que demandam ventilação mecânica (respirador), esse tempo é bem maior.
“Este perfil de paciente leva, em média, de três a quatro semanas para ter condições de alta hospitalar, mas a recuperação completa pode levar um mês ou mais após a alta, a depender da gravidade do caso e do estado geral de saúde de cada um quando do momento da infecção”, detalha a infectologista.
Ela reforça que, como a Covid-19 é uma doença nova contra a qual ninguém está previamente imune, todos as pessoas estão potencialmente susceptíveis a contrair o vírus e desenvolver os sintomas, podendo evoluir mais facilmente para a forma grave pessoas acima de 60 anos, aquelas com doenças crônicas, gestantes, pessoas em situações de vulnerabilidade social e nutricional, entre outras.
“Então adote todas as medidas de higiene recomendadas: lave as mãos frequentemente com água e sabão ou álcool em gel a 70%, limpe rotineiramente as superfícies com as quais tem contato, mantenha o distanciamento social e use máscara de tecido sempre que for circular em qualquer ambiente fora do domicílio”, recomenda.
SINTOMAS E TRATAMENTOS – Confira a seguir os principais sintomas de cada estágio da Covid-19 e os tipos de tratamento utilizados:
Casos leves e assintomáticos (80%) – Síndrome gripal (febre, tosse, dor de cabeça, coriza e dor de garganta), fadiga, dores no corpo, perda de apetite, paladar e olfato, tontura e sintomas gastrointestinais, além de lesões na pele. Para esses pacientes não se indica nenhuma medicação específica, somente para controle dos sintomas, como paracetamol ou dipirona para febre, e medidas de isolamento domiciliar. Em idosos, deve-se considerar também critérios específicos de agravamento, como síncope, confusão mental, sonolência excessiva, irritabilidade e inapetência.
Casos moderados (15%) – Além dos sintomas já descritos, persistência de febre e tosse associadas à falta de ar leve a moderada. Para esse grupo, é preciso fazer uma avaliação médica para definir se há risco de complicações e/ou necessidade de internação hospitalar. Se o paciente tiver doenças crônicas associadas descompensadas, como hipertensão ou diabetes, é necessário combinar medicações específicas para tratá-las. Recomenda-se ainda avaliar se há pneumonia bacteriana relacionada. Todos os pacientes com indicação de internação hospitalar devem fazer uso de anticoagulante para prevenir trombose venosa.
Casos graves (5%) – Todos os sintomas acima descritos podem se manifestar e, além deles, falta de ar com baixa oxigenação no sangue (hipoxemia), o que demanda oxigenoterapia de alto fluxo, além de acometimento de mais de 50% dos pulmões, que pode ser identificado por meio de uma tomografia de tórax. Pode ocorrer ainda infecção generalizada. Pacientes graves necessitam de cuidados de terapia intensiva (UTI), que incluem o uso de respirador.
Fonte: Hospital Santa Lúcia