Saúde

Julho Amarelo alerta para os riscos das hepatites virais

Segundo médica do Itaigara Memorial, a prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais para evitar consequências mais graves.

Acorda Cidade

As hepatites virais afetam milhares de pessoas em todo o mundo e na Bahia não é diferente. Causadas, principalmente, pelos vírus A, B e C, provocam uma inflamação no fígado e são as principais causas de câncer nessa região. Nesse sentido, conscientizar a população para a gravidade das hepatites virais é fundamental. Esse é o objetivo do Julho Amarelo, adotado pelo Ministério da Saúde como o mês de luta e prevenção das hepatites virais.

Os tipos mais comuns da doença são a hepatite A, com transmissão fecal-oral; a hepatite B, transmitida por meio de relações sexuais desprotegidas, drogas injetáveis e objetos perfurocortantes; e a hepatite C, tipo com maior chance de evolução crônica e principal indicação de transplante de fígado, que acomete principalmente usuários de drogas inalatórias e injetáveis.

A Bahia é o estado da região Nordeste com o maior número de mortes pelo tipo B e ocupa o segundo lugar em registros de hepatite C, segundo pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde entre 2000 e 2017. Esses dados acendem um alerta quanto a importância da prevenção, como explica a hepatologista do Itaigara Memorial, Lourianne Cavalcante.

“Os números de contaminação pelas diferentes hepatites na Bahia são preocupantes e, por isso, o Julho Amarelo é tão relevante no sentido de contribuir para a disseminação da informação sobre os tipos da doença e suas principais formas de prevenção”, explica.

Segundo a especialista, apesar de existirem tratamentos para as hepatites virais, há situações que podem evoluir para quadros mais graves, portanto, a prevenção e o diagnóstico precoces são fundamentais. “Indivíduos infectados pela hepatite A, por exemplo, geralmente não apresentam sintomas e acabam se curando espontaneamente. Já as pessoas infectadas pelo vírus da hepatite B podem evoluir para um quadro crônico e progredir para uma cirrose e até mesmo câncer de fígado. No caso da hepatite C, muito provavelmente as pessoas infectadas apresentarão quadros crônicos, que poderão evoluir para cirrose hepática e câncer de fígado se não tratadas”, reforça.

A hepatologista do Itaigara Memorial, Lourianne Cavalcante, alerta ainda para os casos de hepatites que, apesar de não virais, podem causar muitas consequências para a saúde. “Temos observado um número crescente do tipo hepatite que está associado a medicamentos, chás, usos de termogênicos, anabolizantes e fitoterápicos. Apesar da maioria apresentarem quadros reversíveis, têm surgido também casos de hepatite fulminante, ou seja, quando o indivíduo não tem nenhum caso de doença hepática, mas, de repente, apresenta uma lesão aguda grave e precisa até de um transplante de urgência”, reforça.

O Itaigara Memorial conta com um centro de Gastro-Hepato que está funcionando, provisoriamente, na unidade do Itaigara, e realiza exames, consultas e procedimentos na área de Hepatologia e Gastroenterologia. A unidade do Caminho das Árvores, onde funcionavam estes serviços, está sendo utilizada pela Prefeitura de Salvador, temporariamente, para a instalação do Hospital de Emergência para Tratamento contra o Coronavírus e será reativada assim que o imóvel seja devolvido pela Prefeitura.

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