Feira de Santana

Maio 'sem noivas': feirenses relatam impactos emocionais e financeiros com o adiamento das festas

O fotógrafo Filipe Oliveira considerou o momento atual como muito desafiador. Ele disse que tem tirado muitas lições e aprendizados e aproveitado o isolamento social para fazer cursos, especializações e estudar.

Ney Silva e Rachel Pinto

A pandemia do coronavírus colocou o mundo diante de muitas situações atípicas. Uma delas é passar o mês das noivas sem festas de casamento. A tradição é antiga há algumas explicações para a escolha de maio como mês de celebrar o amor. Algumas delas são relacionadas às temperaturas mais agradáveis, o surgimento das flores no hemisfério norte, de onde o costume nasceu e ainda a ligação do mês de maio com a consagração de Maria, mãe de Jesus e forte influência do Dia das Mães em alguns países. Muitos casais sonham em celebrar seus casamentos no mês de maio e neste ano de 2020, devido a covid-19, esse comportamento foi alterado.

Os noivos Emerson Barbosa e Érica Oliveira, contaram ao Acorda Cidade que estavam com o casamento marcado para o dia 2 de maio, mas precisaram adiar por precaução. Érica disse que adiar a data foi uma decisão muito difícil, mas necessária diante do momento atual que vive o mundo inteiro.

“Adiamos para uma próxima data que será o dia 10 de outubro. É um momento difícil e eu me emociono ao falar porque passamos dois anos nos privando de várias coisas. De adquirir bens, sair a noite e ir em festas até de amigos porque temos esse sonho. De certa forma, o adiamento gerou até alívio porque temos muitos convidados de fora da cidade, de São Paulo, por exemplo e nossas avós participariam do cortejo como damas de honra. Minha avó tem 90 anos e seria um risco muito grande para ela. Por isso optamos por adiar”, afirmou.

A noiva comentou ainda que o casamento foi adiado, mas o sonho de casar jamais será cancelado.

A cantora Talitha Costa que se apresenta em muitos casamentos, relatou que embora maio seja um mês que ficou marcado como tradicional para as noivas, o mês de dezembro também registra um grande movimento de casamentos. Segundo ela, a sua agenda de dezembro está muito mais lotada para dezembro do que esteve em maio. Ela estava com duas apresentações agendadas para o mês de maio e os noivos também preferiram adiar.

Foto: Adriano Portugal

“Um foi adiado para novembro e o outro ainda não tem data definida. As noivas estão tendo dificuldades em remarcar porque as igrejas tinham também um cronograma e já havia várias reservas para outros meses. Agora com a crise e a necessidade de adiar, as igrejas estão abrindo novas datas porque todos estão tentando ajudar de alguma forma”, observou.

O fotógrafo Filipe Oliveira também considerou o momento atual como muito desafiador. Ele disse que tem tirado muitas lições e aprendizados e aproveitado o isolamento social para fazer cursos, especializações e estudar.

Felipe afirmou que os casamentos que tinha agendado para fotografar no mês de maio foram adiados e ele tem conseguido manter a sobrevivência com outros trabalhos fechados para meses posteriores e em serviços de fotografias para gestantes e casais.

Foto: Arquivo Pessoal

“Faço de três a quatro casamentos em maio e todos foram adiados. Mas, não deixamos de fechar contratos para outros meses e para 2021. As pessoas estão querendo garantir a data com os fornecedores de serviço e com isso eu tenho me mantido financeiramente”, acrescentou.

Foto: Filipe Oliveira

Em Feira de Santana, os casamentos nos cartórios de 1º e 2º registro civil continuam acontecendo, mas todos com horário agendado e tomando as devidas precauções com o uso de máscaras e a higienização. Só é permitido a presença do casal de noivos e duas testemunhas no salão de casamentos. As marcações de novos casamentos podem ser feitas pela internet através do email dos cartórios.

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