Mundo do Trabalho

Maioria dos 'traders' estuda menos de um ano para investir no mercado financeiro

Conteúdos gratuitos são fontes de conhecimento para parte dos profissionais, aponta pesquisa da Clear Corretora

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Cerca de sete em cada dez profissionais que realizam a compra e venda dos ativos financeiros operados pela Bolsa de Valores dizem ter estudado menos de um ano para operar o cargo, de acordo com pesquisa realizada pela Clear Corretora. Com os avanços tecnológicos, isso pode ser explicado pela alta demanda de conteúdos gratuitos e online disponíveis e pela crescente demanda do mercado financeiro, que oferece os maiores salários do país.

Entre os “traders” ouvidos estão os "swing traders" – que buscam a compra e venda de ações em alguns pregões em busca de lucro – e os "day traders" – profissionais que operam as entradas e saídas de ativos financeiros em um único dia e, muitas vezes, em segundos. Os lucros são obtidos quando o valor da venda é mais alto que o da compra, já com os descontos dos custos registrados durante todo o processo. Desses, 69% dos “swing traders” afirmaram ter estudado menos de um ano para ocupar o cargo, enquanto 63% dos “day traders” disseram o mesmo.

A maior alternativa utilizada pelos profissionais para a aquisição de conhecimento foi a participação em cursos gratuitos oferecidos via internet ou a visualização de conteúdos produzidos por especialistas na área em suas redes sociais. Cerca de 42% dos investidores “swing traders” e 37% dos “day traders” consumiram esses tipos de material.

No entanto, há algumas formações acadêmicas como faculdade de administração, contabilidade e economia que também podem ser importantes para quem deseja operar no mercado financeiro. Isso porque elas garantem aprendizados específicos na área, como a análise do ambiente econômico, a viabilidade de projetos e planos financeiros, a gestão de materiais e pessoas, o gerenciamento de projetos e o controle de receitas, despesas, investimentos e negociações.

A pesquisa foi realizada entre 828 “swing traders” e 461 “day traders” – todos clientes da consultoria responsável pelos dados. Entre os entrevistados, os objetivos são diversos, mas 67% dos “swing traders” buscam conseguir uma renda extra que complemente a principal, enquanto 54% dos “day traders” esperam alcançar o total de ganhos que possibilite que essa seja sua única ocupação profissional, sem a necessidade de buscar outros trabalhos.

Um estudo realizado pelos economistas Fernando Chague e Bruno Giovannetti, professores da Fundação Getulio Vargas (FGV), e encomendado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – órgão responsável por regular o mercado financeiro – mostrou que a chance de enriquecimento dos “day traders” é pequena, já que a Bolsa de Valores torna-se um bom investimento a longo prazo.

Entretanto, entre os profissionais que atuaram na prática durante um ano inteiro, o rendimento médio foi de R$ 300 por dia e cerca de R$ 6.000 por mês, o que possibilita que os “day traders” vivam apenas do rendimento desse trabalho.

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