Rachel Pinto
Os professores da rede municipal de ensino de Feira de Santana realizaram mais uma manifestação, na segunda-feira (18), na Secretaria Municipal de Educação, para reivindicar a devolução dos salários cortados e evitar novos cortes. Segundo a professora Marlede Oliveira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (APLB), o objetivo da manifestação foi tentar um diálogo com o secretário, mas não houve sucesso.
Ela destacou que muitos professores estão passando dificuldades e o corte não foi horas extras, mas sim de desdobramentos de carga horária.
“O secretário nos recebeu no dia 11. Disse que ia conversar com o prefeito e nos dar uma resposta e até agora nada. Não temos resposta e por isso convocamos os professores. Colbert quer matar os professores. Vão morrer ou de coronavírus, ou de fome. O prefeito e o secretário precisam ter respeito com a nossa categoria. Não tem decreto falando sobre corte de salários de professores e ele cortou dizendo que são as horas extras. Eu já disse que não são horas extras. Os professores têm duas cargas horárias que são de 20 e de 40 horas e que correspondem aos desdobramentos. Teve professor que o salário foi cortado em até 70%”, declarou em entrevista ao Acorda Cidade.
Marlede frisou ainda que a categoria insiste em ter uma resposta e questionou sobre o recursos que o governo municipal tem recebido. Segundo ela, os recursos do Fundo Nacional da Educação (Fundeb), continuam vindo sem qualquer ralteração.
“Não fomos nós que suspendemos as aulas. Não estamos em greve. Ele que suspendeu as aulas em vista da pandemia. Cortou os salários de cerca de 800 professores e nós aguardamos uma resposta”, comentou.
O secretário municipal de educação, Marcelo Neves, disse à reportagem do Acorda Cidade que esta situação do corte de salário é "uma novela da APLB que não tem fim". Ele comentou ainda que a professora Marlede erra os números.
“A professora erra inclusive nos números. Feira de Santana tem concursados 2195 professores, dos quais nós temos ai 680 professores que passaram no concurso de 20h e recebem 20h extras, ou seja, o município tinha interesse, tinha vaga e ai pagou as 20h extras do concurso. O que ela está ainda a reclamar é a respeito desses professores que tem 20h no contrato, no concurso do município e que perderam as horas extras. Eles chamam até de desdobramentos, essa é a queixa. A gente lamenta, qualquer decréscimo, qualquer situação que realmente venha diminuir os rendimentos da pessoa, principalmente porque o município vem todos os anos contribuíndo da sua fonte 00 para educação, do ponto de vista inclusive de complementação. Só no ano passado, foram quase 9 milhões de reais para pagar os salários dos professores e então eles recebem e o município tem que complementar. A situação de pandemia, fez com que a administração tomasse essa medida de suspender as horas extras enquanto durar a suspensão de aulas, e essa é única informação”, salientou.
Marcelo Neves observou que a secretaria não marcou nenhuma reunião com a APLB ontem (18) e que vem tentando manter o diálogo de uma forma tranquila. No entanto, segundo ele, o sindicato foi para a secretaria, colocou piquetes e fez aglomeração.
“Eu queria dizer que realmente na semana passada nós tivemos uma reunião e de forma educada, a gente vem tentando fazer esse diálogo da APLB junto ao governo municipal. Mas, atitudes como essa de ontem, que nós não marcamos absolutamente nenhum tipo de reunião fica difícil o diálogo. Isso até atrapalha a categoria, uma pessoa as vezes usando questões pessoais para resolver questões da categoria”, finalizou.
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Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.