Acorda Cidade
Pela primeira vez, o Brasil vai medir quantas crianças estão alfabetizadas ao final do 3º ano do ensino fundamental, antiga 2ª série. Desde segunda-feira a Avaliação Brasileira do Final do Ciclo de Alfabetização (ABC) é aplicada a cerca de 6 mil alunos de 262 turmas de escolas municipais, estaduais e particulares de todas as capitais do País.
O teste é uma iniciativa da ONG Todos pela Educação, que há cinco anos lançou como meta ter 80% das crianças nesta série alfabetizadas até 2010 e 100% até 2022. Até o ano passado, no entanto, não havia como monitorar o porcentual alcançado, pois as avaliações nacionais são aplicadas apenas a partir do 5º ano do ensino fundamental.
A prova foi feita em parceria com o Instituto Paulo Montenegro, do Ibope, a Fundação Cesgranrio e o apoio do Instituto de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) do governo federal. A diretora executiva da ONG, Priscila Cruz, explica que a ideia é criar uma matriz que possa ser aplicada em larga escala nos próximos anos. “Isso vai servir para construir uma avaliação perene que se incorpore ao sistema de avaliação que já existe”, diz.
Apesar da intenção ser medir as capacidades em leitura, escrita e matemática ao final do 3º ano, os estudantes que estão realizando o teste dessa vez estão no início do 4º ano. Essa foi a maneira encontrada pelos organizadores de conseguir dados ainda relativos a 2010 já que estas crianças terminaram a série avaliada naquele ano e há pouco tempo.
Lápis de cor
Também foi pensada uma forma especial de aplicar a prova para não intimidar os pequenos. Em vez de caneta, os alunos terão a disposição lápis coloridos e o discurso dos aplicadores também foi ensaiado para ser compreendido por pessoas de 8 anos. “Estamos também testando este modelo de aplicação de prova a crianças pequenas”, disse a diretora.
Cada criança responderá 20 questões, sendo que algumas receberão um caderno com perguntas de matemática e outras de leitura, e todas farão uma redação. Diferente da Provinha Brasil – já aplicada no começo e no fim do 2º ano para medir a evolução dos alunos naquelas série – a aplicação não será feita pelo professor e sim por um profissional externo. Além disso, a correção será feita pelos organizadores e os dados apresentados por região. A aplicação ocorrerá durante todo o mês de abril e os resultados estão previstos para junho. As informações são do IG