Pandemia

Estagiários reclamam da suspensão do pagamento da bolsa-auxílio

Ele relatam que podem ter que trancar a faculdade por causa das dificuldades de pagar as mensalidades sem a bolsa-auxílio.

Ney Silva

Angustiados com a suspensão da bolsa-auxílio desde abril, os estagiários da rede municipal de ensino, de Feira de Santana, tem enviado diariamente ao Acorda Cidade, mensagens relatando suas aflições com a medida tomada por conta da interrupção das aulas, motivada pelo risco de transmissão do novo coronavírus (covid-19). Eles também têm feito campanhas nas redes sociais, compartilhando a situação e pedindo a remuneração.

“Vim relatar minha decepção e indignação com toda essa humilhação que nossa classe está passando, com a suspensão do nosso pagamento. Não temos culpa de estarmos em casa, nós não escolhemos isso, como todos, por causa da pandemia. A situação nos obrigou. Já não basta todo ano a gente ter que esperar três meses para receber o início do ano? No final desses três meses recebemos o valor total, mas ficamos passando um certo sufoco neste tempo. Já não basta trocarem o dinheiro que a gente recebia em passagem por cartão de passagem, que muitas não conseguem vender, e nem podem por ser proibido? Já não basta isso tudo e agora nós, que por conta da situação, fomos obrigados a ficar em casa, e não vamos receber a nossa bolsa-auxílio, de apenas 510 reais? É uma situação muito complicada. Muitos estagiários vão trancar a faculdade por não ter como custear. Fora que muitos vão terminar desistindo de concluir o curso por isso. De certa forma isso decepciona, constrange. É um sonho de muitas que chegam ao fim, porque não vão conseguir levar para frente. Acredito que teríamos que ser mais valorizados, pois muitas escolas não têm professores efetivados e nós assumimos a sala de aula. Precisamos muito receber. Tem estagiários que também são mães e pais de família. Eu sou mãe de família, eu preciso desse valor para custear a mensalidade da faculdade”, desabafou uma estudante de pedagogia.

Uma outra estagiária recebeu a informação de que todos só iriam receber só após o retorno das aulas, e que só foram avisados da suspensão do pagamento no dia 28 de abril. As aulas estão suspensas desde o início da quarentena em março.

Sobre o assunto, o prefeito Colbert Martins declarou em entrevista à imprensa que os pagamentos foram suspensos devido à suspensão das aulas, por conta da pandemia. Ele também informou que houve redução de salários dele, dos secretários, dos professore e demais servidores pelo mesmo motivo.

Em nota técnica, o Ministério Público do Trabalho informa que diante da excepcionalidade da pandemia, empresas e órgãos públicos devem garantir a remuneração, mesmo com a interrupção das atividades.

Confira a nota técnica na íntegra aqui e um trecho dela a seguir:



 

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