Educação

Professora desenvolve app para acompanhamento de crianças com autismo

Nesse período de isolamento social, o app auxilia os profissionais quando não é possível o acompanhamento presencial com as crianças.

Acorda Cidade

A professora Julyana Maia, fisioterapeuta que integra o rol de cientistas da Universidade de Fortaleza (Unifor), desenvolveu um aplicativo para prescrever atividades e brincadeiras terapêuticas para que os pais realizem com as crianças autistas, num cenário real.

O aplicativo Interautismo foi realizado com apoio das aulas Aline Soares e Renata Alves, além
dos profissionais do Núcleo de Aplicação em Tecnologia da Informação. Esse app irá facilitar o acompanhamento das crianças com transtorno do Espectro Autista pelos profissionais da saúde.

Nesse período de isolamento social, o app auxilia os profissionais quando não é possível o acompanhamento presencial com as crianças, encontros que são essenciais para o desenvolvimento de crianças com transtorno do Espectro Autista.

O Interautismo

O Interautismo é fruto do resultado de uma pesquisa realizada com cerca de 30 crianças autistas e seus familiares, e busca aumentar ainda mais o engajamento das famílias na terapia com as crianças autistas.

O aplicativo, que poderá ser instalado em celulares iOS ou Android, necessita do cadastro prévio pelo profissional de saúde que realiza a terapia com a criança, liberando assim o download para os familiares.

A importância na terapia com autistas

Quando o assunto é terapia com crianças autistas, os profissionais lidam muito com o lúdico, com o ato de brincar. Durante a brincadeira, a criança realiza o autoconhecimento, conhece o outro e o ambiente em que está inserida.

O atendimento especializado faz parte do rol de atendimento do convênio médico, bem como é um direito para quem depende do atendimento médico gratuito. Segundo especialistas, é essencial que a criança usufrua de todas as terapias indicadas, desde a primeira infância.

Segundo Julyana, que é doutora em biotecnologia, a ideia do aplicativo surgiu da necessidade de um auxílio na prescrição de atividades e acompanhamento de sua aplicação pelos profissionais de saúde que trabalham com a terapia. Muitas pessoas pensam que somente medicamentos possuem prescrição, mas as brincadeiras e atividades terapêuticas oferecem benefícios reais.

As brincadeiras terapêuticas

O brincar já é essencial na formação e desenvolvimento de qualquer criança, e se tratando de crianças com transtorno do Espectro Autista, elas têm ainda mais importância. Desde pequenos, os pais de uma criança autista devem inspirar as brincadeiras, que ajudam a desenvolver a fala, a imaginação, a percepção espacial e corporal, além de desenvolver as características que a criança possa apresentar atraso ou dificuldade.

Na psicologia, entende-se que a criança brinca não só para reproduzir situações que foram agradáveis para ela, mas também para demonstrar traumas ou situações dolorosas. A criança expressa seus conflitos e sentimentos através das brincadeiras, dando a oportunidade para o terapeuta usar disso para fazer com que a criança entenda a situação de outra maneira, mais agradável.

Brincar com uma criança com autismo pode ser diferente, pois elas apresentam uma dificuldade na comunicação social. Então, as brincadeiras precisam justamente estimular isso.

O terapeuta normalmente inicia com brincadeiras sensoriais até que se estabeleça a confiança entre criança e profissional, a partir daí começando a estimular a convivência social para o desenvolvimento da comunicação.

Além disso, as brincadeiras e terapias lúdicas ajudam a criança com autismo a se conhecer e ser mais ela mesma, além de ajudar os pais no aprendizado de lidar cada vez melhor com seus filhos.

Por: Andreia Silveira, editora no site PlanodeSaude.net.

Fontes: G1 e Unifor.

 


 

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