Feira de Santana

Com academias fechadas há quase um mês, proprietários reclamam de prejuízos e falta de diálogo com o prefeito

Eles reclamam que até o momento não tiveram nenhuma conversa com o prefeito Colbert Martins Filho e que estão preocupados, sem saber quando poderão retomar as atividades.

Daniela Cardoso

Com as academias fechadas há quase um mês, donos de estabelecimentos do setor, em Feira de Santana, estão preocupados com os impactos econômicos causados com a paralisação das atividades. Eles reclamam que até o momento não tiveram nenhuma conversa com o prefeito Colbert Martins Filho e que estão preocupados, sem saber quando poderão retomar as atividades.

Mateus Freitas é dono de uma academia na Rua São Domingos. Com uma despesa mensal superior a 30 mil reais, incluindo aluguel, energia, água e funcionários, ele afirmou ao Acorda Cidade que está buscando alternativas para arcar com os compromissos, já que está há praticamente um mês sem receber nem um real.

“A situação é muito preocupante, temos uma folha grande para pagar e sem ter nenhuma renda. Vai completar um mês sem receber nenhum valor e estamos com um número imenso de funcionários para pagar e honrar nossos compromissos. A preocupação está enorme para nós que somos donos de academia”, afirmou Mateus Freitas.

Segundo ele, a academia tem cerca de 500 alunos por mês e para não prejudicar os clientes, as mensalidades foram todas trancadas e serão liberadas assim que estiver permitida a reabertura das academias. Desse modo, os alunos não pagarão durante o período em que não estão frequentando devido a obrigatoriedade de fechamento.

“Esse período que ficou fechado, os alunos não vão pagar e nós vamos assumir os prejuízos, entrando em acordo com os donos do prédio, os funcionários, tentando encontrar uma melhor forma para que o prejuízo não seja tão grande. Temos que honrar com nossos compromissos”, destacou.

Mateus Freitas disse que ele, assim como outros donos de academias, gostaria de conversar com o prefeito ou algum representante do governo municipal. Segundo ele, os decretos estão sendo feitos, mas sem nenhuma conversa com os donos de academias.

“Ninguém conversou com a gente, não explicou nada. Não tivemos acesso ao prefeito, mas estamos correndo atrás desse espaço. As academias não têm uma associação, mas estamos tentando organizar para ter alguém que possa representar a gente junto ao governo. Queremos ter voz ativa, pois estamos abandonados. Até o conselho que regulariza nossa profissão não se manifestou”, disse.

De acordo com Mateus, a expectativa é que os casos de covid-19 diminuam e que as academias possam voltar a funcionar, mantendo as normas estabelecidas pelo Ministério da saúde, disponibilizando álcool em gel e fazendo a assepsia dos espaços.

“Toda atividade física é importante, mas auxiliada por um profissional, tem um resultado melhor. Muita gente está fazendo atividade em casa, os parques estão lotados, mas sem nenhuma orientação. A gente só quer uma resposta, queremos que conversem com a gente, pois ninguém comunica nada”, destacou.

Eurico Gaspar de Oliveira, também proprietário de uma academia, defendeu a prática de atividade física como fator predominante para a manutenção da saúde e do bem-estar. Ele questiona o fechamento das academias e até de alguns espaços públicos a exemplo de praias em algumas cidades como Salvador. Outro alerta que ele faz é com relação as atividades físicas realizadas em casa, sem um acompanhamento profissional, podendo trazer danos a saúde das pessoas.

“As decisões precisavam ser tomadas de forma urgente, e, o melhor caminho na velocidade de contaminação e o pânico de todos, certamente foi o isolamento, porém, as informações estão sendo reavaliadas, outros fatores e estudos estão surgindo, como por exemplo, a possibilidade de aparecimento de outras doenças decorrentes da fome, estresse, depressão; portanto, creio que é necessário que se tome também novos caminhos quanto às necessidades de práticas de atividades físicas, salutares ao contexto do vírus. Por exemplo: porque não reabrir as instituições e espaços adequados às atividades físicas, limitando o número de pessoas e tempo de utilização?”, questionou.

As informações são do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
 

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