Acorda Cidade
A Secretaria da Fazenda da Bahia (Sefaz) estima que o estado perderá R$ 1,5 bilhão da arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), por causa das medidas de fechamento dos comércios durante a pandemia do coronavírus. A previsão é referente ao período de abril a junho.
Esse prejuízo deve refletir, principalmente, nos pequenos e micro-empresários, que são maioria no comércio baiano. Só no bairro da Barra, em Salvador, são 160 bares e restaurantes fechados. Os 60 hotéis da região estão sem hóspedes ou com portas fechadas.
“Não sabemos se haverá demissão em massa, se existe alguma forma que possa tornar isso [manter comércio aberto] viável para os comerciantes. Porque capital de giro é uma coisa que precisa existir para que isso seja feito. Ou férias coletivas, ou suspensão de período de trabalho. Nós estamos aguardando direcionamento. Não dá para sobreviver financeiramente, mas a intenção no momento é se resguardar. Eu acredito que esse primeiro impacto, que foi o da surpresa, do não saber o que fazer… Se isolar é realmente o melhor caminho, para que depois a gente possa tomar decisões de como se reerguer”, disse Cristina Freitas, presidente da Associação de Comerciantes e Empresários da Barra.
Na terça-feira (24), o Governo Federal anunciou um pacote de repasses de mais de R$ 88 bilhões para os estados, em caráter de emergência. O pacote ainda precisa de leis complementares e medidas provisórias. Com isso, os empresários não sabem quando e em que situação esse recurso vai ser liberado.
“Nós entendemos que o pequeno e o micro [empresário], que correspondem a mais de 90% do comércio, esses têm que ser assistidos. Acho que o governo tem estrutura dos bancos oficiais para que propicie linhas de crédito que cheguem, o mais rápido possível, para que atenda ou minimize as dificuldades do empresário que tem sua loja fechada. Como vamos pagar nossos impostos e nossos funcionários com nossas lojas fechadas? É impossível", pontuou o presidente da Fecomércio, Carlos Andrade.
Com a economia parada, não faltam preocupações aos empresários, como o pagamento de impostos, aluguel, fornecedores e, principalmente, os funcionários.
“Terrível, a única resposta que eu tenho. Isso é terrível. Porque a gente sabe que eles só têm esse salário e dependem desse salário. Para eles e para a família deles também, que muitos são chefes de família. É torcer para que esse turbilhão passe logo. Espero em Deus que realmente seja dentro desses 15 dias, que volte tudo à normalidade. Porque, se demorar mais tempo, eu não sei o que pode acontecer”, disse emocionada a empresária Dora Simões, que tem três restaurantes.
Fonte: G1