Acorda Cidade
O governador João Doria (PSDB) declarou, na tarde desta sexta-feira (20), que vai decretar estado de calamidade pública no estado de São Paulo diante da epidemia do novo coronavírus. O decreto será publicado no Diário Oficial deste sábado (21) e vai permitir que o governo tome medidas de emergência. O prefeito Bruno Covas (PSDB) também adotou a mesma medida para o município.
"O reconhecimento do estado de calamidade pública no estado de São Paulo a partir de amanhã, sábado, dia 21 de março, com a publicação no Diário Oficial do estado. O objetivo desta medida não é gerar pânico e nem pavor, mas gerar facilidade de ações do governo e dos 645 municípios do estado de São Paulo”, disse Doria durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes.
De acordo com Doria, a medida vai permitir dar agilidade às ações do governo na compra de produtos. “O decreto simplifica o processo de compra e contratações de serviços essenciais, tira qualquer burocracia e protege os gestores públicos dessas medidas dando mais agilidade e rapidez ao governo nesse enfrentamento”.
O governo determinou ainda a suspensão de serviços públicos estaduais não essenciais a partir de segunda-feira (23). Para o governador, neste momento, a redução de público provocada por medidas de restrição do comércio e das escolas está sendo o suficiente pelas orientações sanitárias.
Repartições públicas como o Poupatempo, Detran e Junta Comercial do Estado de São Paulo vão fechar as portas e farão atendimento apenas on-line.
Serão fechados ainda equipamentos públicos como zoológicos e todas as unidades de conservação estaduais, como Horto Florestal, Jardim Botânico, Parque Ecológico do Tietê, entre outros do estado, até o dia 30 de abril. Equipamentos esportivos, como o Complexo do Ibirapuera, também devem ter as atividades suspensas.
Doria aproveitou para criticar a atitude do deputado federal Eduardo Bolsonaro que provocou uma crise diplomática entre China e Brasil. “Quero prestar meu gesto de solidariedade à China e ao povo chinês. Não é justo que alguém, quem quer que seja, possa fazer alguma acusação à China ou ao povo chinês", afirmou ele.
De acordo com David Uip, coordenador do Centro de Contingência, o Instituto Butantã vai conseguir fazer até até 2 mil exames por dia. "Nós estamos criando uma grande rede de laboratórios. A Universidade de São Paulo já prontificou-se a ceder 17 laboratórios que vão ser transformados em laboratório para diagnóstico do coronavírus. Isso é muito importante porque a curto prazo nós teremos uma demanda de indivíduos com coronavírus, especialmente os pacientes internados. Essa agilidade favorece a alta precoce dos não-coronavírus positivos, principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva", afirmou.
O estado tem 286 casos confirmados da doença e 5 óbitos."Dos casos internados em terapia intensiva, casos graves, nós estaremos computando, para efeito de estatísticas, apenas aqueles que tiveram a confirmação diagnóstica do coronavírus. Hoje nós temos 24 pacientes em UTI, confirmados, todos em hospitais privados, nenhum em hospital público", disse José Henrique Germann, secretário da Saúde.
Cidade de SP
O prefeito Bruno Covas (PSDB) também anunciou que vai decretar estado de calamidade para o município.
“Seguindo a linha de trabalho em conjunto da Prefeitura de São Paulo e governo do estado de São Paulo também no Diário Oficial de amanhã nós teremos o decreto assinado por mim de reconhecimento de situação de calamidade pública na cidade de São Paulo. Isso permite ao governo municipal uma série de agilidades pra poder tomar as decisões e efetuar as decisões tomadas pelo secretariado que tem se reunido diariamente e tomar as medidas cabíveis”, disse.
A Prefeitura de São Paulo vai instalar dois mil leitos para atender pacientes com doenças de baixa complexidade no Pacaembu, na Zona Oeste de São Paulo, e no Anhembi, na Zona Norte.
“Serão ao total mais 490 leitos de UTIs aqui na cidade de São Paulo, nós vamos dobrar o número de UTIs, eram 505, vamos acrescentar mais 490 leitos. E também anunciando as primeiras ações de transformações de alguns equipamentos em verdadeiros hospitais de campanha, leitos de menor complexidade, serão 200 leitos lá no Pacaembu. Então, nós vamos adaptar o estádio do Pacaembu, isso já foi conversado com o novo concessionário para adaptar esses leitos de observação para poder esvaziar e não ter nenhuma correria aos hospitais que devem ficar prontos em duas semanas e mais 1.800 no Anhembi. No total, são mais 2 mil leitos de baixa complexidade", segundo Covas.
O Complexo do Pacaembu estará fechado para o público em geral e para a prática esportiva durante esse período.
Fonte: G1