Acorda Cidade
Após elogiar Jéssica Senra nas redes sociais por sua 'coragem, ousadia e inteligência', a atriz Juliana Paes finalmente pôde tietar ao vivo a apresentadora da Rede Bahia. As duas se encontraram na noite de sexta-feira (7), durante o Baile da Vogue, no Copacabana Palace. Depois de 15 anos sendo realizado em São Paulo, essa foi a primeira vez que a festa migrou para o Rio de Janeiro. O tema da noite foi uma homenagem à Cidade Maravilhosa: “Jardim das Delícias, uma Noite de Surrealismo Tropical em Ode ao Rio de Janeiro”
O elogio da atriz à jornalista foi um apoio à crítica feita por ela, há um mês, por conta da contratação do goleiro Bruno por um time de futebol. "Nessa segunda-feira, Jessica Senra me surpreendeu e me comoveu com a sua coragem, ousadia e inteligência ao defender seu posicionamento contra um clube de futebol que desejava contratar o goleiro Bruno, condenado por um crime bárbaro de assassinato à mãe de seu filho", escreveu a artista na ocasião.
"Eu, como mulher e defensora da causa da violência contra a mulher, queria dizer que estou muito orgulhosa de você. E queria convidar todos meus seguidores, pessoas e marcas, a verem o vídeo completo do seu discurso e compartilharem uma foto nos seus perfis com a hashtag #meuídolonãoéfeminicida", completou.
Além de Juliana Paes, Jéssica Senra postou outras fotos em que aparece ao lado da também jornalista Ana Paula Araújo, que apresenta o Bom Dia Brasil, e da cantora baiana Majur.
Relembre
Durante o Bahia Meio Dia do dia 6 de janeiro, a jornalista levantou um debate sobre moral e convocou os ouvintes à reflexão. Sua fala foi compartilhada no Instagram e acabou viralizando nas redes sociais, gerando discussão.
"Desejamos e precisamos que pessoas que cometem crimes tenham a possibilidade de refazer suas vidas, mas diante de um crime tão bárbaro, tão cruel, poderíamos tolerar que o feminicida Bruno voltasse à posição de ídolo? Que mensagem mandaríamos à sociedade? Atletas são referências. Contratar para um time de futebol um assassino, um homem que mandou matar a mãe do seu filho, esquartejar, dar o corpo para os cachorros comerem é um desrespeito. É um desrespeito a nós mulheres", disse a apresentadora. Ela também compartilhou um texto junto com a postagem. Leia na íntegra.
Por que sou contra a contratação de um feminicida no esporte
Eu acredito na recuperação do ser humano. Acredito que a maioria das pessoas merece outras chances depois que comete erros, porque errar é da essência humana. O perdão é um dos sentimentos mais belos que podemos cultivar. Mas perdoar alguém não significa esquecer o que esse alguém fez nem permitir que esse alguém continue em nossa vida. Perdoar e dar uma nova chance não apaga o que foi feito, não se pode fingir que nada aconteceu. Embora juridicamente o cumprimento de uma pena libera o condenado para seguir sua vida normalmente, é socialmente que precisamos pensar no que toleramos ou não. Nem tudo é apenas questão de lei. Há comportamentos legais que são imorais. Um condenado pode e deve ser ressocializado. Deve merecer uma segunda chance. Mas penso que, depois de um crime tão perverso, voltar a ser ídolo, a estar numa posição que lhe confere status de ídolo, é bastante questionável. Penso que o feminicida deve voltar ao trabalho, mas não no futebol, não como ídolo. Defendo sua ressocialização, mas longe de qualquer torcida. E isso não é a lei que vai decidir. É a sociedade. E se ele tivesse estuprado um bebê? O que os “fãs” diriam? Lembro que há pouco mais de dois anos, jogadores foram flagrados num vídeo masturbando uns aos outros no vestiário de um clube gaúcho. Os quatro jogadores foram dispensados. Seus nomes, inclusive, foram poupados para evitar que eles fossem banidos do futebol. E é bom que fique bem claro: eles não cometeram crime algum, não fizeram nada contra a vontade de ninguém! Mas, absurdamente, a homossexualidade ainda é intolerável no futebol. Ser feminicida é aceitável? O que você pensa disso? #NãoAoFeminicídio
Fonte: Correio