Rachel Pinto
As blitze da Lei Seca estão ocorrendo todos os fins de semana em Feira de Santana. A afirmação é do major da Polícia Militar, Ricardo Trigo, comandante do Pelotão Asa Branca, em Feira de Santana.
No último final de semana, somente o Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), registrou várias entradas de pacientes na emergência, vítimas de acidentes de trânsito. Segundo o diretor da unidade, José Carlos Pitangueira, foram 22 pacientes vítimas de acidentes de moto que foram atendidos. Ele chamou a atenção sobre a necessidade de blitz de combate a alcoolemia na cidade e pediu apoio sociedade, da polícia e do Detran para que os índices de acidentes sejam reduzidos. Ele frisou que a quantidade elevada de pacientes acidentados, acaba ocupando vários leitos e impedem o atendimento de pacientes eletivos que estão marcados há meses.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
O major Ricardo Trigo, declarou em entrevista ao Acorda Cidade que as blitze de alcoolemia ocorrem há três anos na cidade e também são voltadas para todos os tipos de ocorrência.
“São para todo tipo de ocorrência. Criminal, ou ocorrência de trânsito. Conforme o andar da blitz que a gente desenvolve aquela ocorrência. Seja flagrante delito, apreensão de armas, drogas, prisão de foragidos da justiça e a questão da utilização do etilômetro, a blitz percorre tudo”, afirmou.
Números
Segundo os dados divulgados pelo Esquadrão Asa Branca, de janeiro a novembro de 2019 foram realizados em Feira de Santana 7.177 testes de alcoolemia, 774 recusas do teste, 113 constatações (positivo para ingestão de bebida alcoólica) e 09 flagrantes (dosagem medida constatou crime).
O major ressaltou que aos fins de semana o trabalho é intensificado. De sexta-feira a domingo. São elencados os locais com maiores dados que demonstram maior incidência de acidentes de trânsito e onde há grande número de bares e restaurantes.
Foto: Divulgação/Asa Branca/PMBA
“A gente sempre percorre os bares e restaurantes, fazendo até um teste com as pessoas que estão nesses locais para que elas possam usar o etilômetro de forma educativa. Depois montamos as blitze nos principais corredores de tráfego, para que elas possam inibir o maio número de acidentes”, comentou.
Segundo Ricardo Trigo, apesar das ocorrências nos hospitais, a polícia observa uma diminuição proporcional de acidentes em algumas áreas. Ele declarou que entre os pontos críticos estão alguns distritos e trechos do anel de contorno. A maioria dos acidentes envolve motociclistas e apresenta gravidade no estado das vítimas.
“Quando o diretor do HGCA observa motociclistas ocupando os leitos, por estarem usando álcool, em toda a demanda de trânsito, há um aumento em relação às motocicletas. Por mais simples que sejam as quedas, os condutores acabam se machucando mais gravemente. Nos veículos, equipamentos como airbags e o cinto de segurança minimizam os riscos dos motoristas virem a óbito. Com os motociclistas às vezes um tombo pode causar danos graves”, frisou.
Ricardo Trigo declarou ao Acorda Cidade que a PM tem intensificado as blitze também junto às escolas e empresas. Na opinião dele, a imprensa também tem sido uma forte aliada com a divulgação dos dados e das operações.
Ele informou que durante uma blitz, a pessoa que usa o etilômetro e apresenta uma quantidade de álcool positiva, acima de 0,34, além da questão administrativa, é enquadrada em um crime. É conduzida a delegacia e tem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) recolhida.
Lei mais rígida
A Lei 13.546/2017, que ampliou as penas mínimas e máximas para o condutor de veículo automotor que provocar, sob efeito de álcool e outras drogas, acidentes de trânsito que resultarem em homicídio culposo (quanto não há a intenção de matar) ou lesão corporal grave ou gravíssima, entrou em vigor no dia 19 de abril de 2018. A nova legislação, sancionada pelo então presidente Michel Temer em dezembro de 2017, modificou artigos e outros dispositivos do Código Brasileiro de Trânsito (Lei 9.503/1997).
Antes, a pena de prisão para o motorista que cometesse homicídio culposo no trânsito estando sob efeito de álcool ou outras drogas psicoativas variava de 2 a 5 anos. Com a mudança, a pena aumenta para entre 5 e 8 anos de prisão. Além disso, a lei também proíbe o motorista de obter permissão ou habilitação para dirigir veículo novamente. Já no caso de lesão corporal grave ou gravíssima, a pena de prisão, que variava de seis meses a 2 anos, agora foi ampliada para prisão de 2 a 5 anos, incluindo também a possibilidade de suspensão ou perda do direito de dirigir.
As alterações no Código Brasileiro de Trânsito (CBT) também incluem a tipificação como crime de trânsito a participação em corridas em vias públicas, os chamados rachas ou pegas. (Leia mais)l
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.