Brasil

Caso raro de gêmeas que dormem desde que nasceram há 6 meses intriga médicos no Pará

O hospital onde Ana Júlia e Ana Sofia estão internadas ainda não conseguiu chegar a um diagnóstico.

Acorda Cidade

Um caso raro de duas gêmeas deixa profissionais de saúde intrigados em Redenção, no sul do Pará. As irmãs nasceram há seis meses e ainda não esboçaram reação. Elas apenas dormem. O hospital onde as duas estão internadas ainda não conseguiu chegar a um diagnóstico.

Desde que nasceram, Ana Júlia e Ana Sofia não acordam e também não conseguem respirar bem sem a ajuda de aparelhos. A alimentação delas é feita por sonda gástrica.

A mãe, Luana Tintiliano da Silva, passou por uma cirurgia quando estava grávida de três meses. Depois disso, ela não conseguiu mais dormir durante os meses seguintes da gestação. Hoje a situação não é diferente. Ela fica em uma cadeira reclinável, onde passa a noite enquanto acompanha as gêmeas no Hospital Regional de Redenção.

"Quando elas nasceram não mexiam, não esboçaram nenhuma reação. Tem uma mulher no laboratório que disse ficou impressionada, não estava entendendo porque elas não se mexiam", contou Luana.
A criança Ana Júlia está na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), onde toma quatro remédios diferentes para as convulsões que são frequentes.

Os médicos ainda não conseguiram descobrir a causa dos sintomas, mas suspeitam que as meninas tenham nascido com uma desordem genética rara chamada "erro inato do metabolismo" – quando o corpo não consegue transformar os alimentos em energia, de forma correta.

O diretor técnico do hospital, Rodolfo Skrivan, disse que a unidade continua tentando resolver a situação. "Estamos em contato com outros serviços, outros hospitais, que trabalham com pesquisa nessa área, mas precisamos de uma ajuda porque ainda não se chegou a um diagnóstico", afirmou.

O hospital tem um laboratório próprio e é o mais equipado da região, mas também tem limitações. Alguns exames genéticos que poderiam ajudar a fechar o diagnóstico das meninas são feitos apenas nos grandes centros, como em São Paulo. Um deles custa R$7 mil.

O biomédico Rodrigo Alves de Oliveira, que atende o caso, disse que sem diagnóstico não há solução. "Se eu não buscar outro tipo de solução, a gente vai ficar eternamente na mesma, com resultados que apresentam anormalidade, então isso não me fecha diagnóstico e não me permite tratamento", explicou.

Enquanto isso, o tempo passa e o desespero da mãe Luana só aumenta. O quadro de saúde das meninas tem se agravado devido às infecções contraídas no hospital.

"Eu preciso de alguém que queira estudar no caso delas, porque aqui elas só estão pegando infecção, pegando coisa do hospital, tratando com antibiótico forte", contou a mãe Luana.

Fonte: G1
 

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