Feira de Santana

Músicos realizam manifestação no centro de Feira de Santana

Além dos músicos, amigos e familiares participaram do protesto em frente à Prefeitura Municipal de Feira de Santana.

Andrea Trindade

Atualizadaàs 15:07

O Dia do Músico foi marcado por uma manifestação no centro de Feira de Santana. Dezenas de trabalhadores do setor usaram faixas e apitos, na manhã desta sexta-feira (22), para protestar contra apreensão de sons automotivos e processos de crime ambiental que estão respondendo.

As apreensões são realizadas pela Operação Feira Quer Silêncio que atende a chamados de denúncias de poluição sonora através do número 156.

O presidente da Associação de Músicos de Feira de Santana, Francymar dos Santos de Jesus, informou ao Acorda Cidade que o objetivo do protesto é chamar a atenção da prefeitura. Eles reivindicam uma audiência com o prefeito Colbert Martins filho, com o Ministério Público e com a Polícia Militar.

“Queremos atenção. Acho que os vereadores deveria criar uma lei para proteger os músicos da noite. O músico da noite está trabalhando. A maioria aqui toca em barzinhos. O músico é tão importante que quando ele toca em um lugar, trabalha também o garçom, o segurança, o pessoal da cozinha, o contratante, o som, o iluminador. Veja quantas pessoas trabalham em quanto o músico está trabalhando. É uma categoria importante para sociedade e queremos atenção do governo”, informou.

Francymar Muitos afirmou que donos de sons perderam seus equipamentos e outros estão trabalhando com aplicativos de transporte ou em outras empresas para não depender mais do som.

“A Secretaria Municipal de Meio Ambiente às vezes faz uma abordagem que a gente não entende. A gente já dá como perdido o nosso som, por causa do jeito que chegam. Não tem uma conversa. Foi criada uma lei, a 3.037, para o pessoal do Meio Ambiente primeiro notificar e depois, caso voltasse com o som alto, o som fosse apreendido. Essa lei está em vigor, mas não está sendo cumprida. Estamos nos prejudicando muito com isso. Queremos uma audiência com o prefeito, com o Ministério Público e com a Polícia Militar para gente chegar a um denominador comum”, afirmou.

O músico conhecido como Bily Sonorização questionou a forma como a medição dos decibéis é feita e que desembolsou seis mil reais para retirar um som apreendido.

“Nós não podemos trabalhar, nós pagamos impostos, temos nossa família para sustentar e tudo que está acontecendo com a gente não abrange só os músicos, abrange sonorizador, iluminador, transporte, lojas de equipamentos eletrônicos. Quando nosso equipamento é apreendido respondemos a um processo por crime ambiental. Já tive som apreendido e gastei seis mil reais para tirar. Alegaram que o meu som estava acima dos decibéis. Eu pedi pra ver a conferencia no decibelímetro, não deixaram ver. Colocaram simplesmente na minha nota, 105 decibéis com um som de dois graves”, reclamou em entrevista ao Acorda Cidade.

Além dos músicos, amigos e familiares participaram do protesto em frente à Prefeitura Municipal de Feira de Santana, no cruzamento da Avenida Getúlio Vargas com a Senhor dos Passos.

O que diz a Secretaria de Meio Ambiente 

O secretário municipal de Meio Ambiente, Arsênio Oliveira, disse ao Acorda Cidade que já conversou com um grupo de músicos no início do ano e que os músicos podem ir a qualquer momento à secretaria falar com ele.

“Para mim é uma surpresa porque me parece que foi no início desse ano que estiveram aqui algumas pessoas da Associação de Músicos e ficaram de voltar. Nós propusemos, inclusive, para disponibilizar algumas pessoas para que em uma reunião com eles, informassem tudo o que determina a legislação e de que forma é que devem ser mantidos os sons. No entanto, não voltaram mais. Da mesma forma, as pessoas de carros volantes de propaganda, que já estiveram conosco aqui, ficaram de voltar e não retornaram e para mim é uma surpresa isso aí e falar que querem audiência. Audiência nós disponibilizamos a qualquer momento e se vier aqui na secretaria será ouvido, tranquilamente”, afirmou.

A medição dos decibéis

Arsênio explicou os delicibelímetros usados pela prefeitura são novos, aferidos e certificados e que a aferição é feita a ou do local onde o denunciante está ou a uma distância superior a dez metros dos equipamentos.

 “Temos dez decibelímetros novos e que estão aferidos e temos a certificação de aferimento e são esses aparelhos que vão para a blitz. As alegações das pessoas é que os aparelhos estão com defeito, ou que estão equivocadas as medições, mas toda a medição que é feita da moradia ou de quem faz a denúncia, do local em que as pessoas estão incomodadas ou quando chega na blitz e a aferição e feita em uma distância superior a dez metros dos equipamentos. Geralmente é essa marcação que está aí, cerca de 90, 100 decibéis. A gente não quer tirar ninguém do trabalho. Todos têm o direito de trabalhar, mas todos que têm esse conhecimento. Poderiam ter ou usar através do aplicativo de celular o decibelímetro. Não é o correto, porque não está aferido, mas dá para ter uma ideia, se aproxima muito do que o equipamento aferidor faz,” explicou

Tolerância Zero para poluição sonora

O secretário destacou que o Ministério Público estadual recomendou tolerância zero em caso de poluição sonora.

“Existe uma determinação que foi encaminhada por quatro juízes que recomendam tolerância zero nessa parte de poluição sonora. O judiciário também está envolvido nisso e eles também determinam essa abordagem ser de uma maneira que a tolerância seja zero”, concluiu.
 

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade  

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